domingo, 31 de outubro de 2010

UMA TARDE DE AGOSTO

Este dia de chuva e frio, fez-me recordar uma outra tarde de Agosto de sol, calor e recordações...dois dias em que a Mãe-Natureza nos brindas com os oposto!

Enchi os pulmões e fechei os olhos, o cheiro a relva e terra molhada, acabada de regar, encheu-me e preencheu-me os sentidos.
Sorrateiramente descalço as chinelas, para sentir em mim o apelo da natureza, ninguém deu, pela presença insólita de uma mulher a passear lentamente de chinelas na mão…as pessoas passam pelo jardim sem repararem na sua beleza (o jardim serve para levarem os filhos a andar de bicicleta ou jogar a bola).
Fixei o olhar nos canteiros de flores, malmequeres brancos e amarelos, hortênsias azuis e rosas lindas.
Uma árvore centenária com as suas imensas raízes a quebrarem o alcatrão, prendeu-me a atenção! Sempre senti um imenso fascínio por estas árvores e suas raízes.
Calcei-me de novo e sentei-me a escrever…
Neste fim de tarde morno, não me apetece sair daqui.
Gostava tanto de te ter ao meu lado…ouvir a tua voz…mas estás tão longe, rodeado por outros aromas e tons de pele!
Subitamente, senti-me sozinha – mais um rosto na multidão – o meu pensamento vagueia algures por uma serra, na recordação de um dia mágico, onde eu me senti parte da mãe-natureza.
Aconcheguei-me nas recordações…para voltar a sorrir, e fazer o caminho de regresso a casa.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Carta para a minha Avó

Hoje, sonhei com a minha avó...vi-lhe o rosto doce, o sorriso meigo, sempre tão cheio de amor por mim.
Sinto tanta saudade dela, talvez por isso eu esteja tão nostalgica...lembrei-me de uma carta que lhe escrevi, (os papeis e a caneta, sempre foram os meus companheiros, em momentos ora felizes, ora conturbados da minha existencia...) uma carta, que 3 anos depois trouxe a minha resposta...uma filha, que preencheu a minha vida de Luz!

Já passaram 6 anos, seis longos anos, e parece que foi ontem que te perdi. A dor e a saudade são teimosas. Tenho alturas, em que só anseio poder juntar-me a ti…voltar a sentir as tuas mãos longas e macias, afagarem-me o cabelo, rever a ternura do teu olhar e a tua voz baixa e melodiosa, nas repreensões à “tua menina”…a menina que tu deixas-te tão pobre… pobre e estéril…
Nunca quiseste que eu fosse mãe, pelo medo que tinhas que eu pudesse sofrer, como o que tu sofreste com o nascimento da minha mãe.
Afinal hoje… já sou mãe… de filhos paridos por outro ventre, um ventre de entranhas podres, que entregou ao alheio… os seus frutos…mas que eu zelo e protejo ciosamente, porque eles Avó… não têm culpa de terem nascido.
Serei eu mãe também um dia?... é a pergunta que me martela e que eu temo não ter resposta…
De onde estiveres avó, se é que me podes ver… reza por mim, pede a esse Deus em que tanto acreditavas, para me dar força para esta espera…da realização do me maior desejo, ser Mãe.
Os anos passam e pesam, e mês após mês, eu morro um pouco, numa agonia lenta e calada…
Hoje, pior que ontem, hoje, amanhã e no futuro, sem piedade…a minha condição de Mulher vai murchando…a casa tem os risos dos filhos que não são meus de verdade.
Será que o meu pedaço de raiz…nunca entrará nesta casa tão cheia… e tão vazia ao mesmo tempo?…
Existe Sol… mas falta o meu, um Sol que dê flores só a mim, que eu carregue nove meses e sinta mexer, que me chame Mãe…
Reza minha querida Avó, reza a Deus pelo milagre de eu dar vida a outra vida…
Ajuda-me Avó, por favor… como sempre fizeste, de cada vez que eu tinha uma aflição e deitava a cabeça no teu colo e tu calmamente me fazias adormecer.
Um beijo minha avó… até sempre… um dia voltarei a adormecer no teu colo, embalada pelo teu Amor.

Janeiro 1981

VEM DEVAGAR

Vem devagar
Amor
Devagarinho
Com o som calmo e meigo
Da tua voz
Quando estou só,
No meio da multidão
Triste e sem certeza.
Quando sinto em mim
O calor morno dos teus lábios
Numa ternura calma.
Vem devagar
Amor
Devagarinho
Fala-me baixo
Amor
Muito baixinho
Fala-me sem palavras
E ama-me com gestos.
Serenamente
Amor
Tranquilamente
Como quem fecha os olhos
Ao som do crepúsculo
Numa melodia de silêncio
Que mais ninguém ouve
Senão tu e eu.

domingo, 24 de outubro de 2010

POEMA PARA UM ORIXÁ:

Um olhar sereno
Num retrato imóvel,
Um misticismo quente…
Como o Sol alentejano,
Que eu revejo
Noite após noite.
Sentada numa mesa,
Numa penumbra imaginária
Ao som de um Nocturno de Chopin
Num silêncio cúmplice e doce.
Um encontro subtil
Da Natureza solitária de um Orixá
Com a alma sonhadora
De uma Iemenjá, perdida no tempo…
Queria, que um par de asas
Me desse a liberdade de um sonho
Porque o Futuro…
Pertence àqueles na acreditam
Na beleza dos seus sonhos.

Chopin Nocturne op posthum

O TEJO E EU

Olho-te de longe,
Calmo e verde.
Mergulho o meu olhar
Na tua profundidade
Para sentir o teu abraço…
Fecho os olhos,
Para me sentir ao colo
E acalmar a minha ansiedade
Na procura do meu EU…
Sonho acordada
Na expectativa da partilha.
Notas de música…ecoam
Procurando a serenidade disfarçada,
Porque a paixão, não é serena
Galopa veloz nas minhas veias.
Continuo a olhar-te…
E de longe, mergulho…
Deixando-me ir
Ao sabor da corrente.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

PRAIA - ROSA ESPERANÇA - Publico o vosso video, com um orgulho imenso por todas vós, que dão a cara por esta luta, e por todas as mulheres anónimas, que lutam em silêncio contra o cancro da mama ... Um beijo cheio de ternura.

MEMÓRIAS DE INFÂNCIA

Eu sempre falei pelos “cotovelos” e era um desastre quando era miúda, onde punha as mãos, era certo e sabido que estragava!
A minha avó, que eu amava e amo profundamente, esteja ela onde estiver…(sei que me vê e ouve, sempre...) dizia com toda a ternura do mundo e sem nunca se zangar – esta criança tem uns pulsos e mãos tão pequeninas, mas estraga tanto – sorrio sempre quando me lembro da expressão dela!
Azougada e espanta a caça, é como eu me lembro de mim mesma, cheia de energia, mas como me era proibido ir brincar para a rua, proibição absoluta imposta pelo meu pai – a rua é para os rapazes, a casa é para as raparigas – lá ia eu entre o pátio da escola e as 3 assoalhadas da casa, extravasando as energias.
Lembro-me como se fosse hoje, termos ida um dia visitar a minha avó, que vivia com a minha tia Nita, e eu ter saltado pela janela da casa de banho, que dava para o hall – asneira – no hall mesmo por baixo da referida janela, havia uma arca em madeira com um elefante grande de loiça, claro que ao saltar, lembrei-me lá eu do elefante!!! Saltei e pronto, elefante no chão…pronto, lá levei uma surra da minha mãe, perante o constrangimento aflito da minha avó, que sempre me defendia, fosse em circunstâncias fosse.
Os meus irmãos, eram mais novos, andavam – enquanto pequenos – a reboque da mais velha.
Depois cresceram e juntos, pregavam-me as partidas mais incríveis – que saudades desses tempos - .
Saí debaixo das saias da mãe, aos 7 anos (meio bicho do mato, por falta de convivência com outros miúdos, apenas me era permitido as brincadeiras com o meu mano Jorge, porque o Zé Luís, vinha a caminho…)para ingressar no dia 20 de Outubro, na 1ª classe. Entrei atrasada, porque tive sarampo.
Lá fui, meio amedrontada, pela mão da minha jovem mãe, para aquele mundo novo…(a minha mãe tinha apenas 22 anos, e eu toda orgulhosa dizia que tinha a mãe mais nova da escola..)
Fui para uma escola da Voz do Operário, onde havia as 4 classes todas juntas na mesma aula, senti-me deslocada e aflita, as miúdas da 1ª classe já se conheciam todas, e eu entrei de penetra 12 dias mais tarde, sentia-me observada por todos aqueles rostos desconhecidos, alguns dos quais, pouco amistosos…
Tudo era novidade e enquanto as mais velhas iam para o quadro ou para o mapa de Portugal apontar os rios e as serras, eu em vez de fazer as letras no caderno, ficava a olhar para elas, é evidente que às 4h da tarde, a D.Isaura, era esse o nome da minha professora, não me deixava sair e lá ficava eu a chorar,  sozinha com ela a fazer o que faltava…
Enfim…isto foi nos primeiros dias, porque assim que me habituei, larguei as lágrimas  e comecei a falar pelos cotovelos…e a pintar a manta nos intervalos da aula!
Tenho imagens tão nítidas desse tempo…um dia deste escrevo mais.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

UM OPERARIO EM CONSTRUÇÃO

Hoje ao ouvir este poema de de Vinicio de Morais, declamado magistralmente pelo Saudoso Mário Viegas, pergunto-me onde andam os OPERÁRIOS deste País???



Diário da República nº 28 - I série- datado de 10 de Fevereiro de 2010 -
RESOLUÇÃO da Assembleia da República nº 11/2010.


Poderão aceder através do site http://www.dre.pt/


Algumas rubricas do orçamento da Assembleia da Republica

1 - Vencimento de Deputados ...........................12 milhões 349 mil Euros
2 - Ajudas de Custo de Deputados........................2 milhões 724 mil Euros
3 - Transportes de Deputados ...........................3 milhões 869 mil Euros
4 - Deslocações e Estadas ..............................2 milhões 363 mil Euros
5 - Assistência Técnica (??) ...........................2 milhões 948 mil Euros
6 - Outros Trabalhos Especializados (??) ...............3 milhões 593 mil Euros
7 - RESTAURANTE,REFEITÓRIO,CAFETARIA..............961 mil Euros
8 - Subvenções aos Grupos Parlamentares.................970 mil Euros
9 - Equipamento de Informática .........................2 milhões 110 mil Euros
10- Outros Investimentos (??) ..........................2 milhões 420 mil Euros
11- Edifícios ..........................................2 milhões 686 mil Euros
12- Transfer's (??) Diversos (??)......................13 milhões 506 mil Euros
13- SUBVENÇÃO aos PARTIDOS na A. R. ..................16 milhões 977 mil Euros
14- SUBVENÇÕES CAMPANHAS ELEITORAIS ....73 milhões 798 mil Euros


Em resumo e NO TOTAL a DESPESA ORÇAMENTADA para o ANO de 2010, é : EUR 191 405
356,61 (191 Milhões 405 mil 356 Euros e 61 cêntimos) - Ver Folha 372 do
acima identificado Diário da República nº 28 - 1ª Série -, de 10 de
Fevereiro de 2010.

Vamos lá então ver se isto agora já o começa a incomodar um "bocadinho".
Repare:

Cada deputado, em vencimentos e encargos directos e indirectos custa ao
País, cerca de 700.000 Euros por ano. Ou seja cerca de 60.000 Euros mês.


E depois pedem sacrifícios ao povo.
Quando é que nos levantamos e pomos estes "senhores" na linha???

Operário em Construção

sábado, 16 de outubro de 2010

ENCOSTA DE LUZ

Queria saber escrever
O sentir do verbo Amar!
Queria conseguir pintar
O que me vai no coração!
Palete de cores
Onde o laranja do pôr-do-sol
Se confundisse com o vermelho da paixão,
Com o branco da pureza
E o amarelo do calor do Sol.
Mas não sei pintar…
Talvez nem escrever,
Apenas sei sentir
No silêncio de um olhar
Na união das nossas mãos
No estremecer de um abraço!
Ah… como eu queria que entendesses
Que acreditasses sem medo
Que não sou igual a ninguém
E
Que o teu coração batesse
Ao compasso do meu
De mão dada, numa Encosta de Luz

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Há interrogações que são ciclíca...

UMA INTERROGAÇÃO…

Hoje ao acordar…
Senti a estranha sensação do nada
E fiz de novo a pergunta
Afinal…
Para que é que eu acordo?
Nada me espera…
Nem faço falta a ninguém !
Duas pernas apenas
Que carregam um mundo de sentimentos
Que não servem para nada,
Que eu teimo em querer dar
E ninguém quer receber.
Sinto saudades
Do tempo eu que eu sonhava
E achava que eles se realizavam.
Afinal…
Olho para trás e nada construí
Olho para a frente
E  só o vazio me espera.
Não há tempo para o meu tempo
E cada dia é mais difícil
Viver sem pertencer a nada
Sem ouvir um som…
Uma palavra que me agarre…
Tenho dias, como hoje
Que não me apetece continuar…
Afinal…
Para que é que eu acordo???


                    15/12/2009

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

VIVER DESPENTEADA...(Dei um sorriso, numa noite em que me sinto tão gelada...)

Decidi aproveitar a vida com mais intensidade... 
O mundo é louco, definitivamente louco...
O que é bom, engorda.  O que é lindo, custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto, enruga. 
E o que é realmente bom nesta vida, despenteia...
 - Fazer amor - despenteia.
- Nadar - despenteia
- Pular - despenteia.
- Tirar a roupa - despenteia.
- Brincar - despenteia.

- Dançar - despenteia.
 - Dormir - despenteia.

- Beijar com ardor - despenteia.

É a lei da vida: Vai estar sempre mais despenteada a mulher que decide andar na montanha russa, que aquela que decide não subir.

Por isso, a minha recomendação a todas as mulheres:

Entrega-te, come coisas gostosas, beija, abraça,
dança, apaixona-te, relaxa, viaja, salta,
dorme tarde, acorda cedo, corre, voa, canta, arranja-te para ficares linda, arranja-te para ficares confortável, 
admira a paisagem, aproveita, e acima de tudo:

Deixa a vida despentear-te!!!!

O pior que pode acontecer é que precises de te pentear mais vezes
(autor desconhecido)

Romance For Violin & Orchestra Op 50.L.Beethoven.

TEIMOSIA

Teimosamente continuo a lutar por sonhos de menina...
Romântica tola num mundo cão, onde cada um, cada vez mais pensa em si próprio...e relembro as palavras que muitas vezes me dizem - oh filha, ainda acreditas no Pai Natal??? -
Diacho, nunca mais cresço!!!

Maria Guinot | Silêncio e tanta gente | Eurovision 1984 ESC Eurosong

O SILÊNCIO

É em silêncio que muitas vezes são ditas as mais belas palavras de Amor!
Em silêncio contemplamos a natureza e entramos em comunhão com ela.
É em silêncio que oramos, meditamos e tomamos consciência do nosso “eu”…
É no silêncio que tudo se ouve, a beleza de uma peça de música, o barulho do mar, o chilrear de um pássaro. Quem não souber ouvir o silêncio, nunca conseguirá ouvir o bater de um coração.
A partilha de um silêncio de mão dada e com os lábios cerrados, fazem os olhos falar, e eles são o espelho da alma, tudo dizem sem emitir um som!
Amo o silêncio da madrugada. É nela, muitas vezes, que me revejo e  faço as minhas reflexões …
Mas a par do silêncio escolhido, existe o outro…o sentimento de nos sentirmos silenciados, aquele que não entendemos, porque nos é imposto!!!
Quando precisamos de ouvir um simples som, e ele não aparece – é o Silêncio da Solidão – doloroso e sem partilha que nos esmaga e corrói , não o procuramos, submetemo-nos e ele, porque a vida a isso nos obriga...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

É DIFICIL…

É difícil viver sem amor…
Mas eu habituei-me
Desde sempre,   a não o ter.
Mas viver uma vida árida.
Viver sem ternura,
É bem mais difícil !!
Há palavras que fazem toda a diferença
Uma simples palavra,
Aquece e faz sorrir
Hoje… assim como ontem,
Eu estou mais pobre!
Sinto-me mais só
Perdi…perdi…perco sempre!
(Talvez por culpa minha)
O pouco de mimo que era o meu Sol
Acabou…de repente !
Eu sei, que palavras são palavras
Valem pela importância que têm,
Valem pela importância que lhes damos.
Mas para quem, como eu
Vive apenas das palavras
E dos sonhos escondidos…
São as simples palavras
Que fazem a minha vida sorrir.
Sem elas, o tempo é cinzento
Como cinzenta é toda a minha vida!

                                   3/11/2009

UM BICHO…CHAMADO CANCRO


A luta contra o cancro, é uma luta sem tréguas e desigual!
Ele vem sem ser convidado, instala-se em silêncio, quando damos por ele…tomou conta de nós.
Pode acontecer a todos, não é só ao vizinho do lado.
Pela minha vida já passaram vários – família e amigos –
Ainda hoje não consigo superar a dor da perda de alguns.
Quando parece que damos cabo dele…reaparece com ar triunfal!
Mas a esperança é a última a morrer, e não baixar os braços e ter o apoio da família é de importância fundamental.
Neste pequeno “post” presto a minha homenagem a todos/as que lutam pelo direito a vida.
Os blogues que sigo, são a prova viva da tenacidade de mulheres de entre ajuda mútua – Irmãs Coragem – todas elas.
Bebamos o vinho “Rosa Esperança”, num brinde à vida, para que o Sol brilhe para todos em cada manhã.
- Para ti meu irmão, o meu sorriso de amor entre lágrimas, pela luta que tiveste e pela saudade imensa que deixaste…
- Para ti Nela, o meu sorriso de ternura pela força que tens e dás, com um orgulho imenso por seres minha cunhada.


Hino à Alegria

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

ESTRELA CADENTE

O corpo quieto…
Mas o pensamento,
Esse voa junto ao céu
Enchendo os olhos de azul.

Uma estrela
Tremeluz e cai.

És tu,
Vou atrás!

Deixas no caminho
Em direcção à terra
O teu rasto brilhante

Alcanço-te na corrida
Minha estrela cadente…

E felizes, juntos finalmente
Pousamos nas mãos inocentes das crianças.

domingo, 10 de outubro de 2010

Jesu Rex Admirabilis - CLVC

A CAMINHOS DOS 60…VIREI “CORISTA”


Não olhem com esse ar de espanto para o título… (estou a  pensar na vossa cara) - mais uma maluca…este mundo está virado de pernas para o ar..!!!
Mas como a língua portuguesa é traiçoeira, vos direi que o meu “corista” é coralista, vem de coro, não pensem que ando de pernas à vela a atirá-las para o ar, que eu sou meia doida mas não chego a tanto…
Pois é, vim morar para a zona dos “caramelos” e uma amiga minha resolveu meter-me no coro da terra – pensei, não tenho nada a perder e sempre ocupo algum tempo – e lá fui eu!
O nosso maestro, um jovem com idade para ser meu filho e com uma paciência de santo para aturar um grupo, quase todo a caminho da 3ª idade e algumas senhoras já bem dentro dela, fez-me o teste de voz… e pimba, fui parar aos tenores.
A única mulher tenor do grupo!
Gaita, logo havia  eu de ter voz de garrafão…
Quem não achou graça, foi um colega também tenor, que disse logo, que aquilo não tinha ponta por onde se pegasse – uma mulher tenor! As mulheres ou eram soprano ou contraltos – pacientemente o maestro lá lhe explicou, que o timbre de voz não tinha a ver com o sexo – azar o dele, que alem de ter levado roda de machista, ficou comigo mesmo ao lado.
Claro está, que não percebo nada de música, e cantar musica sacra em alemã e latim tem sido obra do diabo!!!(diabo e música sacra, acho que não é lá grande casamento…) mas como não tenciono concorrer a solista no S. Carlos, lá vou cantando e desafinando o melhor que posso, com a secreta esperança de que um dia eu decore as letras e consiga cantar os “dós” sustenidos e os “lá” maiores, sem matar um coro inteiro com as minhas fífias.

MOMENTOS




Porque é que tudo o que de bonito encontro...me é vedado usufruir em pleno?  Vislumbre de miragens doces, mas que o tempo esbate e rouba. Era bom sentir-me envolta em ternura calma e esse momento perdurasse, e não fosse apenas "um momento"...
Mas a vida é feita de momentos!!! Afinal de que me queixo??? Há quem nem momentos tenha....

sábado, 9 de outubro de 2010

Momentos

SE EU PUDESSE VER A LUA…

Se eu pudesse ver a lua
Envolta nos teus braços…
Conhecer as estrelas
Através da luz do teu olhar…
Ouvir a melodia
Que as tuas mãos tocam
E Amar-te
Hora a hora sem parar.
Subir ao céu
No fogo do nosso  Amor,
Sentir os teus lábios
A descobrir o meu corpo
Água cristalina em cascata rubra.
Moldar a minha vida
De encontro a tua,
Numa cabana de luar
Com camas feitas de musgo,
Como pássaro de vento
Com asas de liberdade.
Por tudo isto Meu Amor
É preciso ter força para esperar…

FOLHA DE PAPEL


Sou uma folha em branco
Qual raiz por plantar
Esperando um passo de mágica
Neste pequeno mundo fugaz…
Com o desejo latente do náufrago
Procurando ver terra…
Vou salpicando a folha
Com suspiros de aragem
E sonhos escondidos…
Mas a folha, continua em branco
Aguardando a história
Que um dia…
Talvez possa ser escrita.

O SILÊNCIO DA SOLIDÃO

                                                   
Um silêncio e tanta gente…
O silêncio
Das palavras por dizer,
O silêncio
Das palavras que quero
E não oiço,
O silêncio
Das que não digo…
E queria dizer.
O silêncio
De uma vida por viver.
As vozes ecoam
No silêncio da solidão…
Silêncio, silêncio, silêncio
O som
Torna-se num grito calado
O olhar
Procura o horizonte
O vazio
Galopa sem parar,
O tempo
Parou no silêncio
Das emoções por viver…!!!
    

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

UM DIA NA SERRA

Que falta que me faz um abraço…
Aninhar-me em silêncio na imensidão que é a tua alma.
Fechar os olhos e parar o tempo…
Tão pouco para ser feliz!!!




TAMBEM TU GATO...!!!!!!!!!

4h da manhã, estou sem sono!
Estava quase a dormir, quando o João resolveu virar o caixote do lixo de pantanas…pensei que estava de novo a ser assaltada!
Mas não, era o safado daquele gato miúdo a ter a sua “hora sexual” e a f***** o sono.
Lá me levantei para ir limpar a bonita obra que ele tinha feito.
Que gaita quando não é do “dito” é das calças e as noite em branco sucedem-se.
E lá estou eu a fazer “tricot” com os neurónios…
O raio do carro sem travões – apanhai um susto dos diabos – vamos lá ver agora qual o susto que vou apanhar, quando vier a conta da oficina!!!
Merda de vida, não tenho sossego de maneira nenhuma.
Por mais que eu não queira, sinto-me cansada e triste – digo em voz alta –  “Pensa positivo Teresa” bem tento auto-convencer-me, mas a verdade é que os dias correm lentos e eu não tenho uma alegria que me compense…
Será que todas as pessoas são assim???
Lembrei-me agora, que para ir buscar o carro à oficina,  (que fica atrás do sol posto), nem eu sei quando lá posso ir, tenho de apanhar 3 transportes e um esticão a pé!
É  engraçado eu ouvir dizer às pessoas que têm vida para viver…sorte a delas, eu vida para chatear.
Felizes dos que podem acrescentar vida aos dias, porque eu apenas acrescento dias à vida.
Cada vez me apetece mais dormir…se eu pudesse dormia os dias inteiros, para não dar pelas horas a passarem.
De novo 5,30h, vamos lá ver se aquelas pestes sossegam e eu durmo também.

Tradução- TELL ME WHY -DECLAN GALBRAITH

FLORES DO MUNDO

FLORES DO MUNDO

Quantas crianças gritam
Solução e gemem por pão…
Quantas mentiras
São ditas para enganar o estômago
Mundo miserável
Que nega o alimento a sua continuação!
Revejo no olhar faminto das crianças
O desprezo… e o desespero
De uma existência não pedida
Existência que surge muitas vezes.
Do meio de gritos e conflitos.
Existência que não vivem
Que amaldiçoam e marginalizam.
Quantos rebeldes…
Quantas traições…
Nascidas do podre da fome!
Crianças!
Flor de um mundo sem jardins
Plantadas num vaso à janela
Que temos nós para te dar?
Que mundo te preparamos?
Crianças!
Elementos do futuro
Adoradas e protegidas nos papéis
E nos direitos das convenções.
Crianças!
Revoltem-se nos seus direitos
Para que os homens compreendam
A importância do Amahã.

LABIRINTO DE EMOÇÕES

TENHO MOMENTOS EM QUE ME APETECE ESTAR ACOMPANHADA..E NÃO POSSO...
NOUTROS MOMENTOS FICO EM SILÊNCIO, PORQUE A BOCA NÃO CONSEGUE PRONUNCIAR AS PALAVRAS QUE O CORAÇÃO SEGREDA E FICO CONFUSA - SE DEVO OU NÃO!
MAS OS MOMENTOS E AS PALAVRAS QUE SURGEM DO NADA SÃO O MEU LABIRINTO DE EMOÇÕES