domingo, 27 de setembro de 2015

MADRUGADAS…



Guardo em mim todos os anseios.
No silêncio pesado da madrugada
Seco as lágrimas
Que me abraçam o coração,
Vazia na esperança de compreensão.
Como explicar com palavras
O desejo simples de uma alma?
Nos lençóis amarrotados
Pela insanidade dos pensamentos
Procuro algo de belo
Nem que seja só por momentos!
Dizem que a vida é feita de sonhos
Mas poucos são os permitidos.
Tão grande é o desamor
Tão difícil dizer eu amo-te!
Mas digam…
Digam todas as palavras por dizer
Não enalteçam com lágrimas e flores
A “partida” de alguém…
Não pensem
Sobre uma urna gélida de vida:
Eu ainda tinha tanto para lhe dizer…



domingo, 6 de setembro de 2015

64 ANOS....

Faz hoje 50 anos que passei os meus jovens 14 anos na Ilha da Madeira, na companhia da família paterna, toda ela oriunda de lá.
A minha avó que era a cozinheira da Família Leacock, fez as delicias do meu dia com um lanche fantástico e com o melhor bolo de aniversário que comi até hoje. Na altura aquela familia inglesa era a detentora de uma grande parte do comércio do Vinho da Madeira e dos Bordados. 
A Quinta da Casa Branca para mim era a liberdade total, miúda da cidade a viver numa casa de bairro, poder percorrer todo aquele jardim onde existiam árvores seculares e uma  imensa variedade de flores enchia-me de alegria.
Viajei com os meus pais e irmãos no Paquete Funchal.
50 anos depois, tive-o (certamente em reparação) 6 meses ancorado “em frente à minha Janela” e todos os dias gostava de olhar para ele e sonhar… e como a vida é feita de sonhos, eu embora a idade vá avançando, continuo a ser uma sonhadora… e a escrever os meus sonhos…


SONHANDO…

Há palavras que refletem sentimentos, palavras que nos restabelecem a calma,
Se amar de verdade é desejar quele abraço silencioso, quando ao encostar o meu corpo ao teu sentir o coração a bater ao mesmo compasso … então eu quero que isso seja um momento mágico!
Quando da minha janela, olho aquele barco iluminado, queria-me ali mesmo, naquele convés, banhada pela lua e tendo como tecto a imensidão do céu estrelado e silencioso.
Sentir-me aninhada… murmurando mais que conversando no lento baloiçar do rio em noite calma.
Esquecer que o mundo e todas as suas convulsões deixaram de existir, parar os relógios … sim parar os relógios para poder continuar a sonhar!
Seríamos peças imperfeitas sem manual de instruções.
Perder-me nas tuas histórias de menino, pedindo à natureza que ela conspire e nos acoberte na loucura das nossas horas, como pérolas vivas de vida num coração de oceanos que eternizassem o tempo.
E assim embalada, adormecer de mansinho num sonho que eu queria real.
Se é verdade que é aquilo que não nos pertence nos completa, eu quero viver em horizontes desconhecidos, numa fragância de aromas intensamente suaves.
E não te tendo sentir-me completa, transformando-me num mar de emoções na essência dos momentos.