segunda-feira, 31 de março de 2014

UM VIOLINO...

Com tanta chuva e frio numa Primavera que teima em não chegar, ouvir de um violino na noite,  é um som que me embala...


“…Chove…mas isso que importa
Se estou abrigada nesta porta
A ouvir uma melodia
Emanada do céu…
Chove…mas isso que importa
Se é destino de quem ama
Ouvir um violino até na lama… “

sexta-feira, 21 de março de 2014

ALVORADA...

Sendo hoje o Dia Mundial da Poesia, nada melhor que um poema para comemorar..:-)))

No sol brumoso do rio
As margens quase se apagam
O rio parece colar-se ao horizonte.
O rio corre como o sangue
Corre surdamente sem ruído
E sem ruído correm os sonhos.
Misturo-me com a corrente
E banho-me extasiada
Deixando  o sol e a água morderem-me a pele
Silenciosamente deixo-me levar
Queria juntar-me ao infinito
No tom avermelhado do Sol poente
Que se esconde ao entardecer
Reaparecendo em cada alvorada!


sexta-feira, 14 de março de 2014

CONTO...."UMA HISTÓRIA DE AMOR"

Laura estava tranquilamente no escritório, embrenhada nos seus papéis, quando o tlm tocou com uma mensagem…”Queres tomar um inocente cafezinho no Cais do Sodré?” – Meu Deus… o coração disparou-lhe!
Não conseguiu fazer mais nada, a cabeça às voltas para saber como inventar uma desculpa e sair mais cedo.
Cruzou os dedos, esperando que nenhum  "castigo divino" lhe caísse em cima…(desculpou-se com a mãe que já era bastante idosa) e, quase a correr, saiu para apanhar o autocarro.
Apanhou um, que afinal chegou a baixa e não seguia para a estação do Cais do Sodré, mas ia em sentido inverso…, quando se apercebeu, saiu, meia tonta, procurando um táxi, para não o fazer esperar.
Quando o táxi deu a volta no Largo, viu… todo de branco encostado a parede da estação.
Aquele era o seu Orixá!
Ele que já a tinha encantado com tantas letras trocadas, ali estava  em carne e osso – com as pernas a tremer saiu do táxi – num nervosismo infantil sem explicação, e sem o conseguir disfarçar…
O seu misticismo e sensualidade de escrita o seu tom de voz há muito que lhe tirava o sono…
- Depois de longas conversas com ele, umas sérias outras na paródia, de ouvirem horas da musica que ambos tanto gostavam, ela deitava-se com a imaginação latejante, de como seria o homem que encarnava um ser tão diferente do comum mortal … e pensava que conhecer uma pessoa como ele, era um bálsamo.
Era difícil encontrar um homem com aquela inteligente sensibilidade e o conhecimento e amor pelos animais e pela natureza.
Sentiu aquele abraço gostoso e apeteceu-lhe ficar assim, sem se mexer, em silêncio, apenas a ouvir a respiração… parecia uma adolescente com mil sensações!!!
Tomaram o inocente café, numa esplanada em frente ao rio.
Levemente os seus  dedos foram-se tocando, e de seguida as mãos se entrelaçaram, numa cumplicidade muda, com o Tejo por  testemunha . 
Laura não conseguia descrever com palavras aquilo que sentia naquele momento – (as coisas boas sentem-se com a alma, não se descrevem).
Só sabia, que profundamente, a sua voz, o seu olhar, o calor das suas mãos… tinham tomado conta dela!
Não era sonho, era realidade, ele estava mesmo ali.
Entregou-se a ele…sem ele saber!
Quando entrou no autocarro de regresso a casa, trazia com ela o som da sua voz, o toque, o cheiro da maresia misturado com o café…e nos lábio um beijo fugidio e medroso…
Tinha encontrado sem querer o seu sonho de mulher-menina e custava-lhe a acreditar que Deus lho tivesse concedido, numa tarde quente de Junho.
Mas era verdade… o seu sonho existia mesmo, era real  e,  Laura tem a certeza que tudo o que acontecia na vida tinha um significado, nada acontecia por acaso!
O futuro só a Deus pertencia mas Laura não queria pensar em mais nada, apenas reviver aquele momento, sabia que fosse qual fosse o futuro, aquele momento seria sempre para recordar.




sábado, 8 de março de 2014

HÁ DIAS…

Há dias, em que trago no peito uma imensidão…
O som do mar em soluços…
O brilho do sol que não me ilumina…
O sorriso do luar que me entristece!
Há dias, em que tenho um estranho medo de acordar…
Há dias, em que a terra que me prende ... chama …
Porque,  há aromas que não conheci…
Há dias, que tenho saudades de mim…
Há dias, em que de nada vale ser Mulher…
Há dias ...há dias que parecem nãoter fim!
Há dias, em que a solidão me abraça
                                                 E com ela me deixo adormecer!



segunda-feira, 3 de março de 2014

PORQUE A VIDA É FEITA DE PEQUENOS NADAS...

Porque hoje não me apetece escrever Nada... e quem sabe se escrevesse Nada de novo dizia... e, porque eu só sei que Nada sei.. .hoje faço minhas as palavras dos outros com desejos de Bom Carnaval..:-)