domingo, 31 de outubro de 2010

UMA TARDE DE AGOSTO

Este dia de chuva e frio, fez-me recordar uma outra tarde de Agosto de sol, calor e recordações...dois dias em que a Mãe-Natureza nos brindas com os oposto!

Enchi os pulmões e fechei os olhos, o cheiro a relva e terra molhada, acabada de regar, encheu-me e preencheu-me os sentidos.
Sorrateiramente descalço as chinelas, para sentir em mim o apelo da natureza, ninguém deu, pela presença insólita de uma mulher a passear lentamente de chinelas na mão…as pessoas passam pelo jardim sem repararem na sua beleza (o jardim serve para levarem os filhos a andar de bicicleta ou jogar a bola).
Fixei o olhar nos canteiros de flores, malmequeres brancos e amarelos, hortênsias azuis e rosas lindas.
Uma árvore centenária com as suas imensas raízes a quebrarem o alcatrão, prendeu-me a atenção! Sempre senti um imenso fascínio por estas árvores e suas raízes.
Calcei-me de novo e sentei-me a escrever…
Neste fim de tarde morno, não me apetece sair daqui.
Gostava tanto de te ter ao meu lado…ouvir a tua voz…mas estás tão longe, rodeado por outros aromas e tons de pele!
Subitamente, senti-me sozinha – mais um rosto na multidão – o meu pensamento vagueia algures por uma serra, na recordação de um dia mágico, onde eu me senti parte da mãe-natureza.
Aconcheguei-me nas recordações…para voltar a sorrir, e fazer o caminho de regresso a casa.

1 comentário:

  1. É a força da nossa Mãe-Natureza a dizer-nos que a vida continua... e que vale a pena ser vivida. Nas suas grandezas e misérias.
    É essa a pobre condição de todos os seres humanos...

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