segunda-feira, 27 de junho de 2011

A VIAGEM...

Cansada de Fugir
Das memórias...
Das recordações...
Das sensações...
Misterio de Vida!
Por mais voltas que dê
Volto sempre
Ao lugar de partida...
É como ver um filme.
Dou um abraço à solidão
E um sorriso ao Silêncio
Companheiros fiéis
De uma jornada
Sem fim à vista...
Junto os pedaços de alma
Numa noite sem madrugada
Releio a dureza das palavras...
"Senti-me objecto...!!!"
Doeu...martela e não esquece
Ficou o vazio das palavras doces
A noite passa lenta
Estendo-me na estrada
Do desassossego
E espero Um NADA
Num sopro da última viagem!


sexta-feira, 24 de junho de 2011

1ª VEZ…

Saí mais cedo…cansada do silêncio de horas de papeis, perdi-me em transportes, numa volta às minhas origens – não me apetecia vir para casa, também ela silenciosa – e fui ao miradouro da primavera da minha vida e mais tarde do Outono…olhar o Tejo.
Silenciosa, fiquei perdida em pensamentos a ver a tarde cair.
E viu…pela primeira vez, num alaranjado cor de fogo descendo lentamente sobre a água!
As lágrimas teimosas correram-me pelo rosto sem eu dar por isso …senti-me pequena naquela comunhão solitária de beleza.
Imaginei-o sentada na areia, numa praia deserta com o mar a beijar-me os pés, e não ali sozinha, rodeada de pares de namorados que pouco ou nada lhe ligou!
Há momentos únicos em que a partilha seria um sonho, mas a vida corre como um rio, sem parar, e por vezes  cerceia pequenos prazeres que vão sendo adiados – sine die -.
Fugi…voltando a casa com o olhar embaciado de  espectáculo  e solidão. Talvez um dia eu o reencontre e me preencha o vazio que hoje deixou!


quinta-feira, 23 de junho de 2011

CONFIDENCIAS...

Há dias…pequenos momentos
Em que a tristeza bate!
Tolices…medos…inseguranças,
Um remoinho estranho!
Palavras, são apenas palavras,
Sei que o são…mas
Mas, que ao lê-las
Me entristecem.
A vida é, e sempre será assim
Perguntas sem resposta.
Não tenho direito a questionar nada
Resta-me o silêncio
E as minhas folhas de papel
Fieis confidentes
Que tudo admitem
E nada questionam
São elas que me acolhem
Me abraçam ternamente
Me secam as lágrimas
Nelas me confesso e me guardo
Talvez um dia alguém as leia
E me conheça…de facto
Um dia, quando eu “viajar”
Esse será o meu legado!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

GRÃO DE AREIA...

Pequeno grão de areia
Pisado por todos
Soprado pelo vento
Todos o sentem
Mas ninguem o Vê!
Pequeno grão de areia
Estranho...
Com saudades do futuro
Porque sabe que ele não existe
Pequeno grão de areia
Solitário...
Qual pássaro sem ninho
Vazio...
Até um grão de areia
Sonhador...
Almeja por um sussurro doce
Numa noite de luar!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

PERDI-ME NO TEMPO...

Persisto na ânsia tola
Da escrita sem sentido
Escrevo apenas para mim
Porque a falta das letras
Me sufoca…
Num desabafo que calo
Porque o meu Eu escondido
Ninguém descobre!
Porque…
 Não vale a pena a descoberta.
Passo suavemente
No vazio do tempo
De alma nua.
Sonhos que se amontoam
Que nascem
E se esbatem em espuma
Noites vazias
Em que me dou aos sonhos
Num eco sem retorno
Como uma música de fundo
Sinto as emoções que escondo
Não acredito em mais nada…
Os sonhos
São quimeras de ilusões
Afogo nas palavras
O que o coração grita
E a boca cala
O Amor morre
Lentamente dentro de mim
Numa aridez que dói
E continuo a sorrir
Porque a última coisa que quero
É ver um olhar de pena.
Invento as viagens que não faço
O Amor que não terei.
Perdi-me no tempo
E o tempo…perdeu-se de mim!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Há momentos que são simultaneamente melancólicos e misteriosos, tal como o contraste entre a luminosidade do Sol e da Lua...o blogue se esvai, no silêncio adormece...até um dia! Obrigada para quem me leu.

LÁGRIMAS DE FOGO

Como lava de vulcão
Elas resvalam encosta abaixo
Escondendo emoções
Desafiando o tempo
Contornos irregulares
De vida sinuosa
Despertando a vontade
Da partida…
Seixos rolados
Na areia dourada
Beijados pelo mar
Onde as raízes ficaram.
A Vida acontece
Dona de um silencioso
Nascer do Sol.
Quero amar a luz
Que me ensina o caminho
E suportar a escuridão
Porque me mostra as estrelas!
Lágrimas de Fogo
Do meu coração
Esbatidas no sorrir
Pela ausência das palavras!