quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2012 A CHEGAR!!!

Mais um ano que termina…o NOVO já espreita!!
Ano complicado? Muito sim! Mas nada como um dia atrás do outro e um novo amanhecer, porque de todas as desilusões e partidas que a vida me pregou, saí fortalecida.
Sou uma crente no ser humano e por cada lágrima que derramei surgiu-me sempre um novo sorriso.
Sou assim mesmo, por mais “pancada” que a vida me dê e eu “ajoelhe”, tenho tido sempre a capacidade de me levantar, por vezes a duras penas, mas SEMPRE SIGO EM FRENTE.
Espero que Deus me continue a dar esta capacidade por muitos anos.
Vivi momentos bonitos e experiencias únicas que ficarão para sempre guardadas numa das minhas 60 gavetas, mas…efémeras sem dúvida… porque finalmente consegui perceber que embora muito bonitos, foram apenas Momentos!
Talvez esteja enganada, mas creio que tenho o direito a ter mais do que isso…
Viro mais umas páginas do livro da Vida e das Memórias e com o novo ano vou iniciar um novo capítulo.
Erros, certamente que os cometerei! Não há quem não os cometa. Espero só não repetir os velhos.
E que venha 2012…que eu cá estarei para o receber, com a mesma capacidade de viver e sonhar que nunca consegui perder.
PARA TODOS OS MEUS LEITORES, OS MAIS  SINCEROS DESEJOS QUE O NOVO ANO LHES TRAGA PAZ, AMOR E SAUDE (pese embora as dificuldades que a conjuntura actual do País nos vai obrigar) UM BEIJO PELO VOSSO IMENSO CARINHO.


domingo, 18 de dezembro de 2011

Ser mulher é ter forças para ir mais longe...

O texto que deixo não é da minha autoria mas é dedicada a todas AS MULHERES!
“Ser mulher é ser tudo, condensado em delicados frascos de poesia.
Ser mulher é parir com lágrimas de amor e alimentar seu rebento com sua própria sina;
Ser mulher é um encontro com o divino, ser a mãe redentora que acalenta o filho, independente de sua idade;
Ser mulher é ser gata no cio, e não ter presas as pernas na hora das verdades;
Ser mulher é ambicionar o mar, e navegar infinitamente sem fronteiras;
Ser mulher é rezar o terço, e ocultar as chagas íntimas das tristezas;
Ser mulher é sorrir com dentes pálidos, e ver as rugas brotando como sementes orgulhosas;
Ser mulher é lacunar seus medos, não sentir o pendor nos seios, nem o útero à mostra;
Ser mulher é algo cármico, delicado e tão voraz;como um buquê de rosas;
Ser mulher é ser poesia ao acaso, e ser amante dos ventos de outro mar…
Ser mulher é sorrir nas horas tristes e chorar nas alegres só pra dar o que falar;
Ser mulher é jorrar o sangue que traz vida, numa alma parida, sob as chamas da paixão;
Ser mulher é ser virgem impassível e nebulosa e invencível sob a luz na escuridão!
Ser mulher é sair dos artifícios, ser verdadeira sem os vícios…
Na intensidade da emoção!”

sábado, 10 de dezembro de 2011

PALAVRAS...

Metade de mim é saudade
A outra metade é esperança
Saudade da turbulência...
Esperança de um lago calmo
Um pássaro solto
Preso no labirinto dos sentimentos
Num antagonismo de memórias
Não queria escrever...
Mas as palavras não me largam

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O NATAL...

O Natal aproxima-se de Novo… A época da hipocrisia institucional por excelência…
Vão voltar as tendas para acolher os sem abrigo, as festas para angariações dos brinquedos e roupas para os Filhos de um Deus Menor, as visitas aos lares, onde durante todo o ano se depositaram os idosos e muitos por lá ficaram esquecidos durante grande parte dos 12 meses do ano!!!
Natal deveria ser 365 no ano e não apenas 24 e 25 de Dezembro.
A recordação não de um, mas dos 60 natais que eu já vivi, será suficiente para eu escrever uma história?
Filha da cidade, por cá me arrasto e fui cumprindo algumas das nossas tradições comuns e repetitivas sempre.
Tenho algumas recordações bonitas desta época que ficaram em mim.
A ansiedade de criança, das noites mal dormidas, a prece dos meus natais de miúda, que se cumpriam em duas etapas.
A primeira em casa da avó na véspera, onde se cumpria a tradição da “procissão do pé descalço” - todos colocávamos 1 sapato na arvore  - depois éramos recambiados para um quarto ansiosos que o Pai Natal chegasse… quando a avó achava que já era tempo suficiente, íamos em fila indiana com o mais pequeno na frente, que era sempre o meu irmão Zé Luís e no final da fila a avó…um pé calçado e o outro descalço, lá chegávamos a sala ansiosos, e encontrávamos cada sapato com as respectivas prendas em volta deles … noites de encantamento, enquanto acreditamos na vinda do Pai Natal! – eu mantive essa brincadeira depois de casada enquanto tive crianças à minha volta - .
De seguida o regresso a casa, onde eu e os meus irmãos, colocávamos de novo os sapatos, desta vez na chaminé.
Em cima do fogão um papel de seda cor de rosa, com o meu, e dos lados os dos meus manos em cima dos respectivos papeis azuis.
Deitada, cerrava os olhos com força e o sono não vinha e no silêncio da casa eu continuava acordada, no escuro desejava ardentemente que fosse manhã, para ir recolher os meus desejos, que eram sempre pequeninos, porque a abundância era pouca, e nós sabíamos isso.
Mal o dia clareava corríamos para cozinha, e lá regressávamos para a cama ainda quente, com os nossos desejos feitos brinquedos.
Passaram os anos.
E eu aos vinte e seis anos fui “mãe” de filhos que não pari, mas que abracei como tal e durante 5 anos ate a minha Joana chegar e depois até ela ir para a escola, idade em que deixou de acreditar no Pai Natal, eu ia ouvindo os anseios dos meus filhos com os seus pedidos para o Natal.
E lá ia eu comprando,  fazendo e escondendo os embrulhos das pequenas coisas que ia conseguindo amealhar, era uma época em que eu me sentia feliz e ansiosa por ver as suas caritas e o rasgar dos papeis e dos laços. Mantive,  como me faziam a mim em criança a tradição da casa da Avó da “procissão do pé descalço”.
Revejo os seus olhos brilhantes e despertos,  excitados e felizes, eu esquecia naqueles momentos as agruras, os desgostos e os insultos de que era alvo o ano inteiro… isto enquanto tive crianças que acreditavam no mistério dos presentes do Deus Menino, isso tornava felizes os meus Natais!
Agora tudo é diferente e eu também.
Vejo chegar o tempo de Natal, as perdas ao longo da vida foram muitas e eu sinto-me carregada de inquietações, já sem presentes de crianças para dar ou receber, recusando-me a participar na caridade bem comportada que espera disciplinadamente por esta época para se mostrar…
Vivemos num mundo cheio de destinos aflitos, os pobres ficam cada vez mais pobres e eu sinto medo dos humilhar com a minha esmola mascarada, porque sei, sabemos todos, que a miséria e solidão afligem a humanidade – não toda, mas alguma -  todos os dias de todos ao anos que passam.
É por isso que sem hipocrisias nem presentes, eu estendo apenas as minhas mãos vazias e o meu coração cheio de amor.


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

UMA HISTÓRIA...

O dia passou lento, uma sensação estranha de medo estava dentro dela, o cheiro da comida agoniava, nada passava pela garganta.
No final do dia dirigiu-se para o transporte, desejosa de chegar a casa e despir-se de todas as máscaras ficar sossegada no escuro.
Mas deixou passar a estação sem dar por ela, aflita, saiu na seguinte e pensou como é que ia voltar em sentido contrário, passar para o outro lado? O passe não dava para abrir cancelas e ela tinha apenas alguns cêntimos na carteira, nem dava para o bilhete porque o ordenado ainda não estava na conta…
Rezou e encaminhou-se para a saída e felizmente aquela estação desconhecida não tinha cancelas… com as pernas a tremer deu meia volta para o outro lado e não teve outra solução se não esperar quase uma hora pelo regresso.
Já sentada e com muito frio, devido ao seu mal estar, pegou no telemóvel… mas desistiu, não valia a pena dizer nada, há muito que ele estava em silêncio e aqueles pequenos nadas antes partilhados já não tinham sentido.
Chegou a casa e no escuro deitou-se. Uma noite longa indisposta, com um peso estranho no estômago e no coração.
Levantou-se mais cedo que o habitual para cumprir os deveres que o seu amor e a sua condição de filha lhe exigiam. A mãe achou-a pálida, mas ela de novo disfarçou, habituada que estava, por fazê-lo noutras situações.
Ela nunca tinha pressa para o regresso, mas naquele dia só queria voltar para o seu “reduto”, não se sentia nada bem, o medo não a largava, a pouca família estava toda fora nesse fim de semana, e os amigos… esses também não os queria incomodar.
Sentou-se no sofá, já estava a anoitecer, olhos fechados, já nem lágrimas tinha para chorar aquela sensação de abandono que sentia.
Começou a gelar e sentiu de novo medo, percebeu os sintomas, o vómito aproximou-se e meia trôpega só teve tempo de chegar ao lavatório, para litros de água meia ensanguentada saírem…
Desta vez tinha mesmo de ir ao hospital, e o medo dos “tubos” que se avizinhavam aterrou-a. Sentiu-se frágil e sozinha, só pedia a Deus força para mais aquela caminhada no deserto.
Estava sem dinheiro, mas lembrou-se do seguro de saúde que tinha, pago pela empresa e chamou uma ambulância que a levou para a Cruz Vermelha…
A Caminho do hospital pegou nos telemóveis e foi lendo e ouvindo o que por lá tinha guardado, lágrimas amargas queimaram-lhe o rosto, mas logo as secou – tinha jurado não chorar mais – o mundo estava a fugir-lhe debaixo dos pés e ela não percebia o porquê!
Lá foi observada, veias picadas para as análises e, a dolorosa endoscopia e biopsia feita.
A úlcera voltou. Abriu de novo, os nervos acumulados pelas muitas situações dolorosas tinham feito de novo estragos.
Como disse que vivia sozinha e aquilo era um hospital privado, não a deixaram sair, passou a noite no SO – se não fosse o seguro de saúde teria que ir para um publico e recambiada logo de seguida para casa – .
Sedaram-na para ela adormecer, mas o seu último pensamento foi para a filha e para as saudades que tinha de sons que não ouvia há muito.
Regressou no dia seguinte - com tempo contava à família – veio acompanha da anemia pelo sangue perdido e uma bateria de drogas para tomar e, aguardar o resultado da biopsia que foi feita por precaução! Esperam-se resultados.
A Vida vai continuar, foi mais um episódio que Deus lhe destinou, o caminho dela vai prosseguir até à próxima paragem, não há como fugir do destino que lhe foi traçado.

Palavras c/ Maria Bethãnia.....As Palavras podem fazer ver o Sol na noite, ou anoitecer um dia de Sol!!