terça-feira, 30 de novembro de 2010

VAGUEANDO…

Vagueio num tempo
Entre o corpo e a alma!
O corpo, toco suavemente
Num prazer lúdico da descoberta,
Numa ternura morna
Das tardes de Outono.
A alma…essa
Acho que nunca irei tocar,
Efémera…vagueia fugidia,
Nunca saberei se a vou encontrar.
Esse será a o meu castigo,
Vaguear solitariamente
Num tempo e num espaço
Que só Deus terá acesso.

SER MÃE…

A tua indiferença…
Por vezes dói !!
O teu corre, corre
Para chegares a tudo
Trabalho, aulas, casa,  amigos,
Falta sempre tempo
Para chegares a mim…
Filhos, nós criamos
E, damos asas para voar.
Mas era bom…
E ficamos sempre com a secreta esperança
De os vermos visitar o ninho.
Mas…
O que nos resta muitas vezes
São as recordações
Dos cheiro, dos risos, das traquinices
E
Álbuns de fotografias.
Tenho saudades tuas, Filha !!
Mas tu não as entendes
Até talvez as estranhes.
Só as vais compreender
No dia,  que também tu
Esperares diariamente
Um – Olá Mãe - !

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

MODOS DE SENTIR....

Há dias...em que uma simples palavra seria o suficiente para transformar um gélido dia de Inverno, num florido dia de Primavera...mas ela não aparece...
Há dias...em que pensamos que nada do que fazemos tem valor efectivo...
Há dias...em que nos fazemos de burras, engulimos elefantes...para não perdermos o pouco com a vida nos presenteia...
Há de factos dias dificeis de suportar!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

LÁGRIMA...

Uma lágrima rola-me na face
Mas por cada lágrima caída
Tento que nasça um novo sorriso
Lanço um olhar mendigo
E…
Estendo as mãos para o céu
Procurando alcançar uma estrela
Mas estrela sorriu…e disse
A tua estrela está na terra.
É verdade…
A minha estrela és TU…!!!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ÀS VEZES…..

Às vezes…penso que fui registada com uma data diferente da que consta da minha Cédula – tenho de aprofundar isto com a minha progenitora – No meu signo lunar impera o pragmatismo, a organização, o perfeccionismo e a racionalidade, enfim uma chata de galochas…os arrumadinhos e certinhos do zodíaco, conformo oiço as astrólogas dizerem.
Eu, sou praticamente o oposto, só sou perfeccionista na cozinha, adoro cozinhar e ver a cara de prazer de quem prova os meus petisquinhos e, também no serviço, não suporto coisas mal feitas e rasuradas, se leva o mesmo tempo a fazer bem, porquê fazer mal??
Recordo que na escola, quando as notas fraquejavam, era na apresentação dos cadernos e dos trabalhos práticos que as notas subiam.
Tenho pouco de racional, o coração sobrepõe-se sempre à razão…
Quando amo… entro de cabeça, não sei fazê-lo pela metade, preocupo-me até a dormir…amo com uma fidelidade tola e perfeitamente fora de moda, e fico magoada sim, demasiado, quando sinto a mentira a minar a relação, admito uma omissão, uma mentira nunca, não admito mentiras, mas eu sou assim mesmo e não mudo.
Às vezes…penso que sou completamente burra, ninguém se preocupa comigo assim – tirando a minha mãe – mas essa é suspeita, saí-lhe das entranhas e nunca me cortou o cordão umbilical!
Às vezes…até penso em deixar de escrever… poucos me lêem e nada têm a aprender, mas ainda não o fiz... sei lá eu porquê... acho que herdei o gosto pela escrita através da minha mãe, jornalista mais de 20 anos, com centenas de reportagens e sem um único desmentido, ela sim uma profissional exemplar e cuja escrita serviu a milhares de leitores, uma escrita de serviço público sem mácula.
Às vezes…penso em tanta coisa, sonho com tudo o que não fiz e nunca conseguirei fazer, que perco completamente o sono…o pensamento é um cavalo de corrida difícil de deter!
Às vezes…apetecia-me tanto fazer um jantar com velas…um abraço demorado…
Às vezes… às vezes… às vezes…

terça-feira, 23 de novembro de 2010

SOBRE O AMOR

Poderão ser tolas quaisquer palavras que suspiram amor?
Serão despidas de graça se a quem são dirigidas não lhes der a devida correspondência, mas quem as sintonizar na mesma onda, aí sim, as palavras deixarão de ser tolas para serem esculpidas como genuínas obras de arte. O que une as duas metades para completar o círculo é o amor mútuo, descomplexado, terno, tolerante, frontal, tocante.
Como pode existir união entre duas pessoas que dizem que se amam, que partilham um espaço mas quando próximas, estão distantes? 
Amor é partilha, comunhão, cumplicidade, silêncios gostosos onde apenas se ouve a respiração…
Amar, não é olhar um para o outro, mas sim olharmos na mesma direcção!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

LOBA SOLITÁRIA

Sinto-me cada vez mais
Uma Loba solitária
Sem matilha, rumo ou aconchego.
Perdida
Na névoa dos pensamentos
Procuro no Tejo
As recordações…
Os sonhos por viver,
Os dias adiados.
Nada sou… nada sei…
Nada desperto… nada inspiro…
Os círculos fecham-se
Na nostalgia do medo.
Um coração cheio de Amor
Que ninguém quer…
Caminho sozinha
Invisível… transparente…
O meu grito silencioso
Não faz eco…
Porque virei Loba
Deixei de ser Mulher.

CONFIDENCIAS.....

Há dias…pequenos momentos
Em que a tristeza bate!
Tolices…medos…inseguranças,
Um remoinho estranho!
Palavras, são apenas palavras,
Sei que o são…mas
Mas, que ao lê-las
Me entristecem.
A vida é, e sempre será assim
Perguntas sem resposta.
Não tenho direito a questionar nada
Resta-me o silêncio
E as minhas folhas de papel
Fieis confidentes
Que tudo admitem
E nada questionam.

domingo, 21 de novembro de 2010

MÃE

MÃE NÃO TEM LIMITE
É O PORTO DE ABRIGO
EM DIA DE TEMPESTADE,
É O TEMPO SEM HORA.

MÃE É ETERNIDADE…
É LUZ QUE NÃO APAGA,
QUE NOS GUIA NA ESCURIDÃO
DOS DIAS AMARGOS.

MÃE CHORA EM SILÊNCIO,
DÁ-NOS A VIDA
E DÁ A VIDA POR NÓS.

MÃE NÃO MORRE NUNCA
PORQUE É QUE DEUS PERMITE
QUE ELAS SE VÃO EMBORA?

MÃE NÃO TEM,
                                             NEM NUNCA TERÁ LIMITE

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Intermedio. La boda de Luís Alonso. J Gimenez. Lucero Tena


LUCERO TENA
Lucero Tena  é  notável na arte de tocar castanholas. Ela teve um lugar especial na dança espanhola, seja popular ou erudita. Algumas dançarinas se destacaram na habilidade em tocar as castanholas, mas nenhuma delas conseguiu, como LUCERO, dominar essa arte em si, como meio de expressão estética, com sua sensibilidade rítmica, o equilíbrio das variadas sonoridades e domínio original do instrumento.
Vários compositores escreveram para essa grande artista, incluindo Joaquín Rodrigo, que em 1966 compôs e dedicou a ela suas Duas Danças Espanholas. No decurso de uma longa e distinta carreira, Lucero Tena tem aparecido em salas de concertos em todo o mundo.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A BUSCA

Quando oiço alguem fazer planos para o futuro, sorrio...
Ter futuro deve ser bom! Porque quando olho o meu futuro, só vejo vazio.
O futuro sempre foram os sonhos por realizar - os concertos que passaram e eu não vi... a ópera cantada ao vivo a que não assisti... o bailado que ficou na imaginação...a exposição que acabou... -
Até passear no areal e sentir o arrepio do mar no corpo quente, começa a ser um projecto adiado...
Embora o sonho seja uma constante da vida, como diz o Gedeão, os meus pecam pelos adiamentos sucessivos...

Busco no tempo
O tempo que passa
Ergo os braços…
Numa súplica não ouvida
Imenso espaço vazio
De transparência solitária.
Sou o Outono
Que antecede o Inverno
E do qual
Não conheceu o sol de Verão
Nem as flores da Primavera.
Um Outono de folhas caídas
De alma despida de esperança
Tronco nu a secar
Sem calor nem rega
Aguardando o último suspiro
E a hora do corte…

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Hoje recebi um mail. Vale a pena ser transcrito e ser feita uma reflexão séria sobre nós mesmos!!

Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007),
teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos,
por isso façam uma leitura atenta.



Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - in Público


A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia,
bem como Cavaco, Durão e Guterres.

Agora dizemos que Sócrates não serve.

E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.

Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão
que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.

O problema está em nós. Nós como povo.

Nós como matéria prima de um país.

Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda
sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.

Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude
mais apreciada do que formar uma família
baseada em valores e respeito aos demais.

Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais
poderão ser vendidos como em outros países, isto é,
pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal
E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares
dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil
para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.

Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo,
onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país:

-Onde a falta de pontualidade é um hábito;

-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.

-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois,
reclamam do governo por não limpar os esgotos.

-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.

-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que
é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória
política, histórica nem económica.

-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis
que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média
e beneficiar alguns.

Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.

-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços,
ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada
finge que dorme para não lhe dar o lugar.

-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro
e não para o peão.

-Um país onde fazemos muitas coisas erradas,
mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates,
melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem
corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.

Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português,
apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim,
o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não. Não. Não. Já basta.

Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas,
mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.

Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA'congénita,
essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui
até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana,
mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates,
é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,
 ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...

Fico triste.

Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje,
o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima
 defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.

E não poderá fazer nada...

Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor,
mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a
erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.

Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco,
nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa ?

Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei
com a força e por meio do terror ?

Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece
a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados,
ou como queiram, seguiremos igualmente condenados,
igualmente estancados... igualmente abusados !

É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa
a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
como Nação, então tudo muda...

Não esperemos acender uma vela a todos os santos,
a ver se nos mandam um messias.

Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses
nada poderá fazer.

Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.

Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:

Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,
francamente, somos tolerantes com o fracasso.

É a indústria da desculpa e da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável,
não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)
que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco,
de desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
 QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.

AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.

 E você, o que pensa ?... MEDITE !





                            EDUARDO PRADO COELHO         



terça-feira, 9 de novembro de 2010

MEU MAR

Há saudades boas que doem
Hoje tive saudades tuas
Meu Mar!
Ao atravessar o Tejo
Lembrei-me da sensação boa
Dos teus abraços em mim
De pernas e braços nus,
Do teu afago ao mergulhar-te,
Do teu ondular suave
Onde eu me deitava de olhos fechados
Numa paz calma de menina.
Tenho saudades sim!
Porque não sei se te voltarei a ter…
Queria sentar-me na areia molhada
E ver o Sol pôr-se em ti,
Enlaçada com ternura!
Sentir a tua espuma beijar-me os pés…
Há anos que não te sinto!
Tenho saudades tuas sim,
Meu Mar…minha imensidão
Meu fiel confidente …
Quantos sonhos e amarguras
Tu me ouviste contar…
Tenho tantas saudades tuas…

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

NADA MELHOR QUE UM SORRISO...PARA AGUENTAR O QUE AÍ VEM!!!!!!!!

Portugal daqui a 2 anos !

Um menino regressa da escola cansado e faminto e, pergunta à mãe:
Mamã, que há de comer?'
Nada, meu filho.'
O menino olha para o papagaio, que têm na gaiola, e pergunta:
Mamã, porque não há papagaio com arroz?'
Porque não há arroz.'
E papagaio no forno?'
Não há gás.'
E papagaio no grelhador eléctrico?'
Não há electricidade.'
E papagaio frito?'
Não há azeite.'
E o papagaio contentíssimo gritava:

VIVA O SÓCRATES !!!

COMO É QUE O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO NÃO PREVIU O "LOIRÊS"...???

A loira no avião

Um avião está a caminho de Toronto, quando uma loira, na classe
 económica, levanta-se, caminha para a primeira classe e senta-se ali.
 A hospedeira observa o que ela faz, e pede para ver o seu bilhete. Ela
 então diz para a loira que ela pagou classe económica e que ela
 deve sentar-se no fundo. A loira responde:
 - Sou loira, sou bonita, vou para Toronto e vou ficar aqui mesmo.
 A hospedeira vai até à cabine e fala ao piloto e co-piloto que tem uma
 loira sentada na primeira classe, que deveria estar na classe
 económica, e não quer voltar para seu lugar. O co-piloto dirige-se à
 loira e tenta explicar que ela pagou somente por classe económica, e
 que deve sair dali e sentar-se no seu lugar. A loira responde:
 - Sou loira, sou bonita, vou para Toronto e vou ficar bem aqui.
 O co-piloto diz ao piloto que provavelmente deveriam ter a polícia
 à espera quando eles aterrassem para prender esta mulher. O piloto diz:
 - Você disse que ela é loira? Eu vou falar com ela, sou casado com uma
 loira e falo 'loirês'.
 Ele dirige-se à loira e diz-lhe qualquer coisa ao ouvido.
 Ela diz:
 - Oh, peço desculpa.
 Levanta-se e vai para o seu lugar na classe económica. A hospedeira e
 o co-piloto estão boquiabertos, e perguntam-lhe o que é que ele disse
 para fazê-la mudar de ideias.
 Ele responde:
 - Disse-lhe simplesmente: "A primeira classe não vai para Toronto..."

sábado, 6 de novembro de 2010

OS TRISTES DIAS DO NOSSO INFORTÚNIO

Não resisto a publicar uma crónica de um óptimo escritor e jornalista, que até foi colega da minha mãe, o Baptista Bastos, sempre gostei de o ler, aqui vai!!! (ahhh e já agora, eu ainda me lembro de tempo da escola que os Lusiadas têm 10 Cantos, será que o nosso PR não sabe??)

«O Dr. Cavaco consumiu vinte minutos, no Centro Cultural de Belém, a esclarecer os portugueses que não havia português como ele. Os portugueses, diminuídos com a presunção e esmagados pela soberba, escutaram a criatura de olhos arregalados. Elogio em boca própria é vitupério, mas o Dr. Cavaco ignora essa verdade axiomática, como, aliás, ignora um número quase infindável de coisas.
O discurso, além de tolo, era um arrazoado de banalidades, redigido num idioma de eguariço. São conhecidas as amargas dificuldades que aquele senhor demonstra em expressar-se com exactidão. Mas, desta vez, o assunto atingiu as raias da nossa indignação. Segundo ele de si próprio diz, tem sido um estadista exemplar, repleto de êxitos políticos e de realizações ímpares. E acrescentou que, moralmente, é inatacável.
O passado dele não o recomenda. Infelizmente. Foi um dos piores primeiros-ministros, depois do 25 de Abril. Recebeu, de Bruxelas, oceanos de dinheiro e esbanjou-os nas futilidades de regime que, habitualmente, são para "encher o olho" e cuja utilidade é duvidosa. Preferiu o betão ao desenvolvimento harmonioso do nosso estrato educacional; desprezou a memória colectiva como projecto ideológico, nisso associando-se ao ideário da senhora Tatcher e do senhor Regan; incentivou, desbragadamente, o culto da juventude pela juventude, característica das doutrinas fascistas; crispou a sociedade portuguesa com uma cultura de espeque e atrabiliária e, não o esqueçamos nunca, recusou a pensão de sangue à viúva de Salgueiro Maia, um dos mais abnegados heróis de Abril, atribuindo outras a agentes da PIDE, "por serviços relevantes à pátria." A lista de anomalias é medonha.
Como Presidente é um homem indeciso, cheio de fragilidades e de ressentimentos, com a ausência de grandeza exigida pela função. O caso, sinistro, das "escutas a Belém" é um dos episódios mais vis da história da II República. Sobre o caso escrevi, no Negócios, o que tinha de escrever. Mas não esqueço o manobrismo nem a desvergonha, minimizados por uma Imprensa minada por simpatizantes de jornalismos e por estipendiados inquietantes. Em qualquer país do mundo, seriamente democrático, o Dr. Cavaco teria sido corrido a sete pés.
O lastro de opróbrio, de fiasco e de humilhação que tem deixado atrás de si, chega para acreditar que as forças que o sustentam, a manipulação a que os cidadãos têm sido sujeitos, é da ordem da mancha histórica. E os panegíricos que lhe tecem são ultrajantes para aqueles que o antecederam em Belém e ferem a nossa elementar decência.
É este homem de poucas qualidades que, no Centro Cultural de Belém, teve o descoco de se apresentar como símbolo de virtudes e sinónimo de impolutabilidade. É este homem, que as circunstâncias determinadas pelas torções da História alisaram um caminho sem pedras e empurraram para um
destino que não merece - é este homem sem jeito de estar com as mãos, de sorriso hediondo e de embaraços múltiplos, que quer, pela segunda vez, ser Presidente da nossa República. Triste República, nas mãos de gente que a não ama, que a não desenvolve, que a não resguarda e a não protege!
Estamos a assistir ao fim de muitas esperanças, de muitos sonhos acalentados, e à traição imposta a gerações de homens e de mulheres. É gente deste jaez e estilo que corrói os alicerces intelectuais, políticos e morais de uma democracia que, cada vez mais, existe, apenas, na superfície. O estado a que chegámos é, substancialmente, da responsabilidade deste cavalheiro e de outros como ele.
Como é possível que, estando o País de pantanas, o homem que se apresenta como candidato ao mais alto emprego do Estado, não tenha, nem agora nem antes, actuado com o poder de que dispõe? Como é possível? Há outros problemas que se põem: foi o dr. Cavaco que escreveu o discurso? Se foi, a sua conhecida mediocridade pode ser atenuante. Se não foi, há alguém, em Belém, que o quer tramar.
Um amigo meu, fundador de PSD, antigo companheiro de Sá Carneiro e leitor omnívoro de literatura de todos os géneros e projecções, que me dizia: "Como é que você quer que isto se endireite se o Dr. Cavaco e a maioria dos políticos no activo diz 'competividade' em vez de 'competitividade' e julga que o Padre António Vieira é um pároco de qualquer igreja?"
Pessoalmente, não quero nada. Mas desejava, ardentemente desejava, ter um Presidente da República que, pelo menos, soubesse quantos cantos tem "Os Lusíadas."» [Jornal de Negócios]
Por Baptista-Bastos.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A SOLIDÃO....

Estou perfeitamente de acordo com todas estas definições, emboa a Solidão acompanhada seja demasiado complicada e dolorosa...porque a alma, perdesse por completo!!!

                                                SOLIDÃO, VISTA PELO CHICO BUARQUE 


               Solidão  não  é  a  falta  de  gente  para  conversar,  namorar,  passear  ou  fazer  sexo..... 
               isto  é  carência.
 
               Solidão   não  é   o sentimento  que  experimentamos   pela  ausência  de  entes  queridos
 
               que  não  podem  mais  voltar..... isto  é  saudade.
 
               Solidão  não  é  o  retiro  voluntário  que  a  gente  se  impõe,  às  vezes,  para    realinhar
 
               os  pensamentos.....isto é equilíbrio.
 
               Solidão   não  é  o  claustro  involuntário  que  o  destino  nos  impõe   compulsoriamente
 
               para  que  revejamos  a  nossa  vida.....isto  é  um  princípio  da  natureza.
 
               Solidão  não  é  o  vazio  de  gente  ao  nosso  lado..... isto  é  circunstância.
 
               Solidão  é  muito  mais  do  que  isto.
 
               Solidão  é  quando  nos  perdemos  de  nós  mesmos e  procuramos  em  vão  pela nossa
 
               alma .....