Penso sempre quando me dizem …amo-te… como estas palavras mudaram o seu significado ao longo da vida!
Quando era jovem, a cabeça voava para um bonito vestido branco e vinha-me à ideia o “felizes para sempre”…ai a juventude… foi a duras penas que entendi como efémero é o “sempre”, e hoje conto pelos dedos os “sempres” que conheci!
Tirando o Amor pela filha, porque esse sim é terno e para sempre… (falo por mim que assumo em absoluto a mãe galinha que sou).
Adquiri o hábito, não sei se bom ou mau, de só as pronunciar quando, o coração grita tanto que a boca tem obrigatoriamente de as vocalizar!
Não é que não sinta vontade, mas eu como continuo a ser muito mais emocional que racional, dando sempre muito mais que o recebo, sem me arrepender de o fazer, choca-me a banalização de tão bonitas palavras e a leviandade com que a oiço e leio…
Hoje, que o Outono da viva me envolve, ao ouvi-las sorriu e penso…”está bem abelha…queres é um belo momento com bolinha do canto superior direito”… e eu de facto sou de má boca, só “como” o que gosto e não o que me põe na frente, não acredito de todo que quem dá um chouriço, não queira depois a porca por inteiro!
A idade, longe de me tirar o romantismo e o sonho, tornou-me analítica quanto às palavras que ouço, porque elas as vezes são meras palavras pronunciadas pela boca e não pelo coração!
“Amar…não é apenas olhar um para o outro, mas sim saberem olhar ambos na mesma direcção”.
São silêncios partilhados com ternura, cumplicidade, respeito, é estar sempre perto mesmo que a kms de distância.
Amar é um arco-iris de mistério e sedução, são sentimentos que nos percorrem lentamente onde a sintonia impera e se adivinham as Palavras por Dizer!