quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

MEDOS ANTIGOS

Lentamente vou recuperando o que escrevia, tenho de ocupar de algum modo, este tempo em que estou metida na “gaiola” na espera da recuperação total!
Escrevi esta peça há mais de 2 anos, mas a minha ideia é esta mesma, não mudou, aliás burro velho não aprende lições, e eu sou aquilo que a vida fez de mim…

“A mentira conforme a minha avó me dizia tem perna curta…
Eu vivi e convivi com ela, grande parte da minha vida…as raras vezes que dei um estalo na minha filha, foi porque ela me mentiu!
Não suporto ser enganada, meias verdades ou subterfúgios, prefiro uma verdade dura a uma mentira piedosa.
Vivi 30 anos a ouvir as mesmas histórias contadas com dezenas de versões diferentes, conforme as pessoas e as ocasiões…
Eu ouvia calada e muitas vezes envergonhada…com medo que as outras pessoas dessem pelo logro!
Mas tenho um medo quase infantil de ser enganada, trocada, passada para trás…já o fui tantas vezes e por quem eu menos esperava.
Não consigo enganar, tripudiar, não consigo fazer jogo baixo, e quem é assim, sofre as consequências da sociedade actual, que muitas vezes não olha a meios para atingir os fins…estupidamente via que estava ser enganada, comia e calava, chorava sozinha, subia-me a tensão, sofria, aterrorizada por vezes, mas não sei como, na hora exacta em que as coisas aconteciam,  eu  era confrontada com algo escondido.
Não são só os cheiros das flores – que não existiam – que vinham até mim e me faziam saber que “eu não estava sozinha” algo me alertava e me dizia…hoje está atenta…
E as coisas surgem mesmo…descobria sempre o que não queria!
Tantas vezes chorei, sem lágrimas à vista, com a sensação estranha da solidão e do medo do vazio.
Afinal…ela chegou mesmo, mas por uma opção que tomei, porque mais vale só que mal acompanhada.”

1 comentário: