quarta-feira, 21 de setembro de 2011

AS VINHA DA ESPERANÇA...

Todos os dias as revejo duas vezes e fico com um sorriso tolo no rosto. Vem-me à ideia uma frase ouvida vezes sem conta na TV – fui tão feliz ali! –
E a verdade é que olho aquela mancha verde, que nesta altura começa a tomar as tonalidades do Outono, já despida dos cachos que a ornamentavam e também em penso – como eu fui feliz ali – dias de sol intenso e cansaço, mas um cansaço feliz com fados trauteados à mistura, que se cantavam desafinados e soavam a coros gregorianos…
Dias partilhados que eu queria que fossem eternos…conversas imensas ou silêncios gostosos, mas nós estávamos ali!
Se a vida não fosse tão madrasta ainda teríamos um mundo de coisas a partilhar, mas o destino dita-me apenas “momentos” e não a vida…
De regresso ao meu mundo real, calo a saudade que me aperta o peito na espera de novos “momentos”…
A minha vida é sempre uma espera de um tempo sem tempo, um tronco com ramos virados ao céu num pedido mudo do abraço do Sol, que lentamente se despe de folhas mortas até ficar nua, como nua eu vim ao mundo e nua me deito de mãos abertas e vazias, noite após noite…
E na minha nostalgia com sabor a sal, vou navegando e imaginando que existe alguém que me ame por inteiro, que compreende as minhas loucuras, para quem eu seja um sonho bom, que no meio de uma discussão me abrace e me cale com um beijo, que sinta a minha falta e precise de mim a sorrir!!!

1 comentário:

  1. Lá venho eu mansamente ler a sua escrita e de novo me encanto..)))
    Nunca deixe de escrever!

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