sexta-feira, 9 de novembro de 2012

REFLEXÕES SOBRE O “AMO-TE”...

Penso sempre quando me dizem …amo-te… como estas palavras mudaram o seu significado ao longo da vida!

Quando era jovem, a cabeça voava para um bonito vestido branco e vinha-me à ideia o “felizes para sempre”…ai a juventude… foi a duras penas  que entendi como efémero é o “sempre”, e hoje conto pelos dedos os “sempres” que conheci!

Tirando o Amor pela filha, porque esse sim é terno e para sempre… (falo por mim que assumo em absoluto a mãe galinha que sou).

Adquiri o hábito, não sei se bom ou mau, de só as pronunciar quando, o coração grita tanto que a boca tem obrigatoriamente de as vocalizar!

Não é que não sinta vontade, mas eu como continuo a ser muito mais emocional que racional, dando sempre muito mais que o recebo, sem me arrepender de o fazer,  choca-me a banalização de tão bonitas palavras e a leviandade com que a oiço e leio…

Hoje, que o Outono da viva me envolve, ao ouvi-las sorriu e penso…”está bem abelha…queres é um belo momento com bolinha do canto superior direito”… e eu de facto sou de má boca, só “como” o que gosto e não o que me põe na frente, não acredito de todo que quem dá um chouriço, não queira depois a porca por inteiro!

A idade, longe de me tirar o romantismo e o sonho, tornou-me analítica quanto às palavras que ouço, porque elas as vezes são meras palavras pronunciadas pela boca e não pelo coração!

“Amar…não é apenas olhar um para o outro, mas sim saberem olhar ambos na mesma direcção”.

São silêncios partilhados com ternura, cumplicidade, respeito, é estar sempre perto mesmo que a kms de distância.

Amar é um arco-iris de mistério e sedução, são sentimentos que nos percorrem lentamente onde a sintonia impera e se adivinham as Palavras por Dizer!

1 comentário:


  1. Várias vezes também tenho tido reflexões semelhantes sobre essa expressão.
    Banalizou-se e como tudo que se banaliza perde o seu valor.
    Talvez o cinema, as novelas e a literatura "light" tenham tido a sua influência. Todos querem imitar todos. Se reparamos até a miudagem pequena utiliza a expressão para dizer, p. ex., que gosta de qualquer coisa, dum chupa, dum brinquedo: "amo estes chupas", com a variante "adoro".
    Os grandes amantes tiveram a sua época (refiro-me aos literários) e a expressão "amo-te" tinha uma carga de eternidade. Hoje, a maior parte das vezes, dura o momento do êxtase. Amar e amor (a própria variante ridícula "mori" diz tudo) valem o que valem, isto é pouco. (Falo das palavras não dos sentimentos).
    Por mim, prefiro, “gostar”. Tendo embora um campo de aplicação mais lato (tanto gosto destas botas, como daquele filme, como daquela pessoa) é mais autêntico e mais “eterno”.
    Portanto, para terminar em concordância com o que escrevi, GOSTEI do post e das suas reflexões.
    Bjo.

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