sexta-feira, 24 de junho de 2011

1ª VEZ…

Saí mais cedo…cansada do silêncio de horas de papeis, perdi-me em transportes, numa volta às minhas origens – não me apetecia vir para casa, também ela silenciosa – e fui ao miradouro da primavera da minha vida e mais tarde do Outono…olhar o Tejo.
Silenciosa, fiquei perdida em pensamentos a ver a tarde cair.
E viu…pela primeira vez, num alaranjado cor de fogo descendo lentamente sobre a água!
As lágrimas teimosas correram-me pelo rosto sem eu dar por isso …senti-me pequena naquela comunhão solitária de beleza.
Imaginei-o sentada na areia, numa praia deserta com o mar a beijar-me os pés, e não ali sozinha, rodeada de pares de namorados que pouco ou nada lhe ligou!
Há momentos únicos em que a partilha seria um sonho, mas a vida corre como um rio, sem parar, e por vezes  cerceia pequenos prazeres que vão sendo adiados – sine die -.
Fugi…voltando a casa com o olhar embaciado de  espectáculo  e solidão. Talvez um dia eu o reencontre e me preencha o vazio que hoje deixou!


1 comentário:

  1. No silencio da noite...
    Quando a solidão, pegajosa, quase palpável, envolve os recantos escurecidos do ser...
    Deixo-te a sombra de um sorriso...

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