terça-feira, 3 de novembro de 2015

DESTINO …SEM DESTINO...


Voo no ondular da ventania
Molhada até ao âmago
Pela chuva torrencial
Misturada com as lágrimas
Que me afogam em silêncio.
Folha solta sem morada
Perdida para além do horizonte.


Um reflexo ténue de sol
Tenta romper o negrume do temporal
Tentando em vão beijar-me a pele.
Sinto-te sem ter
A ilusão do teu abraço em mim
Num calor de lânguida suavidade.
Mas a minha presença esfuma-se
No meio de uma multidão de letras.


Vislumbro um arco iris
Que risca a minha vida descolorida.
E voo… voo sem destino
Num grito de desamor sem eco
Na imaginação galopante
Da minha boca em delírio!


10 comentários:

  1. Não tem como a vida ficar descolorida olhando
    esse arco-iris...
    Bom começo de novembro...

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  2. Olá Tareca,
    Obrigada pela visita. Já respondi lá no meu cantinho.
    Quanto a essa alma e coração doloridos não ajudam a dissipar as nuvens nem o arco íris . E o que é isso de " Misturada com as lágrimas Que me afogam em silêncio" , "Vida descolorida"? ...
    Ai, ai. E o que dirão aqueles que não sabem onde estão, nem para onde vão sem vislumbrar uma saída ?
    Vamos lá ver porque essa cara não tem nada a ver com um espírito desanimado. E quanto ao coração, quem nunca amou em silêncio que atire a primeira pedra.
    Beijocas e abraços aconchegados.
    Tété

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  3. O teu Poema, magnífico, diz tudo. Se o não dissesse, as Fotos (igualmente magníficas) falariam por ti, Teresa.
    Parabéns.

    Beijo
    SOL

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  4. Um belo poema com belas fotos a ilustrá-lo. Parabéns.
    Uma boa semana.
    Abraços.

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  5. Teresa,
    A poesia é libertadora porque nela diluímos os sentimentos.
    Um poema que saiu directamente da alma.
    As fotos muito inspiradoras e bem captadas.

    Um beijinho e bom fim de semana

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  6. Tarequita linda
    Embora todos saibamos que “o poeta é um fingidor”… há coisas que nem mesmo Pessoa conseguiria fingir: o estado de alma em que se encontra o poeta quando derrama sobre o “papel” as lágrimas que o sufocam, quase o reduzindo ao silêncio.
    Este teu belíssimo poema – talvez um dos mais bonitos que TE conheço – transmite-me, num tom magoado, uma profunda nostalgia que quase roça a tristeza.
    Mas… não te esqueças: há sempre um raiozinho de sol que consegue romper o negrume do temporal…
    Beijos, tantos quantos possas abarcar, da tua
    Nina
    MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

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  7. Magnífico poema.
    Bem apoiado pelas belíssimas fotos.
    Gostei imenso deste seu post, é excelente.
    Tenha uma boa semana, querida amiga Teresa.
    Abraço.

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  8. Minha querida Tareca
    Antes de mais nada quero agradecer as tuas palavras (principalmente as segundas…) que são SEMPRE, para mim, um enorme conforto.
    Na verdade estou atravessando um período um tanto ou quanto conturbado, e as palavras de carinho são o melhor lenitivo que posso receber.
    O teu poema é duma beleza… triste - há beleza triste? Talvez não, mas pode haver muita beleza na tristeza. Há uma foto que correu mundo, do rosto duma criança coberto de lágrimas, que é duma tristeza confrangedora, e ao mesmo tempo duma beleza extraordinária!
    Desviei-me do assunto , desculpa.
    Pois é com estava dizendo. No teu poema, muito belo (concordo com a Nina, é o mais bonito ou pelo menos um dos mais bonitos que conheço da tua autoria) há uma enorme melancolia intimamente ligada a uma mal disfarçada tristeza, que nos toca fundo.
    A propósito ( ou não… é mais a propósito do início de conversa…) deixo-te aqui um poema muito lindo do poeta brasileiro Dante Milano:

    "AMOR DE AGORA É O MESMO AMOR DE OUTRORA

    O amor de agora é o mesmo amor de outrora
    Em que concentro o espírito abstraído.
    Um sentimento que não tem sentido.
    Uma parte de mim que se evapora.
    Amor que me alimenta e me devora.
    E este pressentimento indefinido
    Que me causa a impressão de andar perdido
    Em busca de outrem pela vida afora.
    Assim percorro uma existência incerta
    Como quem sonha, noutro mundo acorda,
    E em sua treva um ser de luz desperta.
    E sinto, como o céu visto do inferno,
    Na vida que contenho mas transborda,
    Qualquer coisa de agora mas de eterno."

    Não preciso dizer-te quem me deu a conhecer este poeta…e este poema (além de outros) – exactamente, a nossa Nina…

    Alonguei-me demasiado, mas conto com a tua habitual paciência para me aturares... :)
    Beijinhos com cheirinho a castanhas assadas :)
    MIGUEL / ÉS A MINHA DEUSA

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  9. Bela expressão por aqui!! adorei!!!abraços meus.

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