Sou uma alquimista
Na ilusão das palavras
Agora por dizer.
Encostada ao balcão
Penso na miúda que fui,
Um sorriso doce de mulher
Por querer ser a tua índia
Ou um rosmaninho africano
Nas mãos de um jardineiro do rei.
Molhada com pingos de xuva
No meio dos eucaliptos.
Sentada na lareira da imaginação
Pareço um lord
Sorridente as vezes…outras não.
Jardim de orquídeas selvagens
Rosas rubras e pecadoras
Com pimentinha a mistura
Para incendiar as mentes.
Ai… se fosse senhora de um lago
Enchia-o de nenúfares
E pérolas do oceano
Soltava as andorinhas
Que voavam atrapalhadas
Ao som de um telemóvel.
Fado, sensualidade e licores
De monges beneditinos
Em noites de loucura saudável
Fazendo da vida um palco
Talvez engolindo lágrimas
Do vazio das horas por preencher.
Tens razão...
ResponderEliminarAs salas de chat são um mundo interminável e doloroso de solidão. São o mundo do faz-de-conta... dos sentimentos descartáveis. Do usar e deitar fora. Lá, gente sem rosto, que apenas é o que escreve, vive uma vida fantasiosa, enleada em tramas de um mundo viscoso e por vezes sórdido.
Mas também se encontra gente boa, gente sofrida, fragilizada. Gente a quem a sorte da vida foi madrasta. A todos esses... e especialmente a ti, dedico este poema de Alda Lara.
QUADRAS DA MINHA SOLIDÃO
Fica longe o sol que vi,
aquecer meu corpo outrora...
Como é breve o sol daqui!
E como é longa esta hora...
Donde estou vejo partir
quem parte certo e feliz.
Só eu fico. E sonho ir,
rumo ao sol do meu país...
Por isso as asas dormentes,
suspiram por outro céu.
Mas ai delas! tão doentes,
não podem voar mais eu...
que comigo, preso a mim,
tudo quanto sei de cor...
Chamem-lhe nomes sem fim,
por todos responde a dor.
Mas dor de quê? dor de quem,
se nada tenho a sofrer?...
Saudade?...Amor?...Sei lá bem!
É qualquer coisa a morrer...
E assim, no pulso dos dias,
sinto chegar outro Outono...
passam as horas esguias,
levando o meu abandono...
J.
__________________
J.........Lindo este poema, obrigada
ResponderEliminarUm beijo