sexta-feira, 14 de março de 2014

CONTO...."UMA HISTÓRIA DE AMOR"

Laura estava tranquilamente no escritório, embrenhada nos seus papéis, quando o tlm tocou com uma mensagem…”Queres tomar um inocente cafezinho no Cais do Sodré?” – Meu Deus… o coração disparou-lhe!
Não conseguiu fazer mais nada, a cabeça às voltas para saber como inventar uma desculpa e sair mais cedo.
Cruzou os dedos, esperando que nenhum  "castigo divino" lhe caísse em cima…(desculpou-se com a mãe que já era bastante idosa) e, quase a correr, saiu para apanhar o autocarro.
Apanhou um, que afinal chegou a baixa e não seguia para a estação do Cais do Sodré, mas ia em sentido inverso…, quando se apercebeu, saiu, meia tonta, procurando um táxi, para não o fazer esperar.
Quando o táxi deu a volta no Largo, viu… todo de branco encostado a parede da estação.
Aquele era o seu Orixá!
Ele que já a tinha encantado com tantas letras trocadas, ali estava  em carne e osso – com as pernas a tremer saiu do táxi – num nervosismo infantil sem explicação, e sem o conseguir disfarçar…
O seu misticismo e sensualidade de escrita o seu tom de voz há muito que lhe tirava o sono…
- Depois de longas conversas com ele, umas sérias outras na paródia, de ouvirem horas da musica que ambos tanto gostavam, ela deitava-se com a imaginação latejante, de como seria o homem que encarnava um ser tão diferente do comum mortal … e pensava que conhecer uma pessoa como ele, era um bálsamo.
Era difícil encontrar um homem com aquela inteligente sensibilidade e o conhecimento e amor pelos animais e pela natureza.
Sentiu aquele abraço gostoso e apeteceu-lhe ficar assim, sem se mexer, em silêncio, apenas a ouvir a respiração… parecia uma adolescente com mil sensações!!!
Tomaram o inocente café, numa esplanada em frente ao rio.
Levemente os seus  dedos foram-se tocando, e de seguida as mãos se entrelaçaram, numa cumplicidade muda, com o Tejo por  testemunha . 
Laura não conseguia descrever com palavras aquilo que sentia naquele momento – (as coisas boas sentem-se com a alma, não se descrevem).
Só sabia, que profundamente, a sua voz, o seu olhar, o calor das suas mãos… tinham tomado conta dela!
Não era sonho, era realidade, ele estava mesmo ali.
Entregou-se a ele…sem ele saber!
Quando entrou no autocarro de regresso a casa, trazia com ela o som da sua voz, o toque, o cheiro da maresia misturado com o café…e nos lábio um beijo fugidio e medroso…
Tinha encontrado sem querer o seu sonho de mulher-menina e custava-lhe a acreditar que Deus lho tivesse concedido, numa tarde quente de Junho.
Mas era verdade… o seu sonho existia mesmo, era real  e,  Laura tem a certeza que tudo o que acontecia na vida tinha um significado, nada acontecia por acaso!
O futuro só a Deus pertencia mas Laura não queria pensar em mais nada, apenas reviver aquele momento, sabia que fosse qual fosse o futuro, aquele momento seria sempre para recordar.




sábado, 8 de março de 2014

HÁ DIAS…

Há dias, em que trago no peito uma imensidão…
O som do mar em soluços…
O brilho do sol que não me ilumina…
O sorriso do luar que me entristece!
Há dias, em que tenho um estranho medo de acordar…
Há dias, em que a terra que me prende ... chama …
Porque,  há aromas que não conheci…
Há dias, que tenho saudades de mim…
Há dias, em que de nada vale ser Mulher…
Há dias ...há dias que parecem nãoter fim!
Há dias, em que a solidão me abraça
                                                 E com ela me deixo adormecer!



segunda-feira, 3 de março de 2014

PORQUE A VIDA É FEITA DE PEQUENOS NADAS...

Porque hoje não me apetece escrever Nada... e quem sabe se escrevesse Nada de novo dizia... e, porque eu só sei que Nada sei.. .hoje faço minhas as palavras dos outros com desejos de Bom Carnaval..:-)





































segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

RIO DE SAUDADE…

Se uma onda se esbater
Numa fina areia de coral
Sou eu… me espraiando em ti
Levemente como uma aragem.
São pegadas marcadas no tempo
Que em espuma se desfazem.
Foge-me a lágrima e o suspiro
Que a maré leva e não traz
E em silêncio me fecho
Nesta concha feita casa
Onde diariamente corre um rio de saudade!


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

S. VALENTIM…

Pudesse ela encontrar no silêncio o afago e a suavidade de umas mãos quentes…e o silêncio seria um hino ao Amor, voaria do alto da montanha suavemente e descansaria numa nuvem de algodão!
Poder colar a sua pele como se fosse um carimbo…despi-lo com os olhos e serpentea-lo com os lábios docemente…
Um desassossego silencioso toma conta dela, apenas cortado pela respiração, tentando parar o pensamento!
O dia começava a clarear… tinha sonhado de novo acordada!
Levantou-se e olhando o espelho não pode deixar de sorrir…J

Ia morrer romântica e sonhadora com um eterno coração de menina.


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

TEMPORAL...

                               
Hoje acordei cinzenta como o tempo...
                                Cansada da chuva que me afoga a alma ...
                                E do vento que me leva os sonhos!

A letra deste fado é a medida exacta de como eu me sinto









sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

UMA ENCRUZILHADA…


Encontraram-se um dia numa esquina da vida…cruzaram sorridente o olhar!
Estavam ambos no Outono da vida, e no meio de uma imensa tagarelice concluíram, que tinham vagueado pelos mesmos sítios sem nunca se encontrarem!
Duas vivências distintas…
Um com uma vida rica de episódios, estudos, viagens, pragmático e racional…com um sorriso gaiato que a prendeu, quase de imediato!
Ela, desencantada de muita coisa e com pouca coisa para contar…
A sua vida tinha sido um sombreado de sonhos por realizar, tolamente romântica, mas com um espírito forte.
A vida tinha-lhe ensinado a arte circense, jogo de cintura na adversidade e muitas vezes uma gargalhada com o coração apertado.
Horas de conversa que souberam a pouco – quando a conversa flui sabe sempre a pouco –
Aceitam-se à partida regras que não foram necessárias estabelecer! Silêncios onde as mãos falam e os olhares se perdem um no outro… e os malvados relógios que deviam ser partidos … por não deixarem eternizar os momentos!
Os sentimentos vagueiam pelo espaço… um forte, preciso e fiel, o outro uma incógnita intransponível!

Porque a vida é uma encruzilhada que tem de ser vivida da forma que se apresenta… há que agarrar o arco íris quando ele surge e não o deixar fugir!


sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

E PRECISO ACREDITAR!!!

Disfarçadamente olho os rostos serenos desta sala de espera… procuro entender o que cada olhar pode transmitir!
Alguns apreensivos… outros completamente vazios e outros - a grande maioria – com um secreto brilho de esperança.
Sem lágrimas, quem sabe sem revolta. 
Neste lugar as lágrimas se escondem… é preciso dar força… e por vezes não sabemos bem onde as vamos buscar, mas elas aparecem na medida exacta das que são necessárias.
Sinto-me infinitamente pequena na minha incapacidade para poder ajudar a minorar a agressão dos tratamentos… as cabeças cobertas pelos lenços e pelos chapéus…L
Para enfrentar tudo isto… È PRECISO ACREDITAR!!!!!!!



… È PRECISO ACREDITAR!!!!!!!.....

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

FOI HÁ 30 ANOS…

Foi um dia bonito que terminou cedo!
Outras vidas a esperavam…outros afazeres imperavam!
No meio de fotografias de álbuns antigos estalaram gargalhadas e  desfilaram recordações.
…oh mãezita tu eras tão gira, bolas ainda dizes que não estou gorda, preciso de perder 5kgs, porque tu com a minha idade…vai lá vai…J mais gargalhadas e malandrices…
E ela ali estava linda, 30 primaveras plenas de alegria e ternura. Feitio meio avesso e aguerrido, que nunca guarda para amanhã o que deve dizer hoje… o tempo e a maturidade lhe dará a calma e a reserva de certas palavras que devem ser guardadas!
São abraços, beijos e gargalhadas que preenchem o meu coração e enfeitam o silêncio desta casa  diariamente vazia de afectos.
Foi há 30 anos que fui Mãe e a partir daí o que fez e faz verdadeiramente sentido na minha vida é a Minha Filha, é ela que me faz sorrir mesmo que o caminho seja pedregoso, mesmo que o sol não aqueça … Ela será sempre a minha eterna primavera, não o primeiro nem o último amor, mas o meu único, verdadeiro e incondicional Amor!

Deus te abençoe por existires.. J


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

QUANDO O PASSADO…SE FAZ PRESENTE!

Há dias… em que o Sol nos faz gelar!
Há dias… em que certas leituras nos magoam até ao âmago!!
Há dias… em que as “equações” são ferros em brasa cravadas na alma!
Há noites que são feitas de alertas vermelhos…porque os olhos não conseguem fechar!
No meio das gargalhadas… sentimo-nos insignificantes peças de um puzle, sem lugar onde encaixar!
È por isso é que o amor é cego… quando ele é real e verdadeiro, não se vê a roupa, o cabelo, a cor dos olhos nem o físico…
Amamos o sentimento, o respeito, o carinho a atenção… e isso não se vê, apenas se sente… e por vezes é um sentimento perfeitamente solitário!
Tal como a Clarice Lispector diz: “Até onde posso vou deixando o melhor de mim…se alguém não viu, foi porque não me sentiu com o coração!...”
Há alturas que só a musica nos relaxa a alma … vamos ouvi-la …J




sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

PEROLAS LINGUISTICAS...

Quando se ouve uma entrevista destas do 2º membro mais importante do estado... acho que ela deveria ir direitinha para o Panteão Nacional,  mas...vivinha da silva...(dentro de um daqueles mausoleus de pedra acho não dava mais entrevistas..!!!)

Na impossibilidade de colocar o video (não sei porquê, talvez falta de jeito...) deixo este link para o copiarem e ouvirem...uma perola linguistica ou uma tentativa de colocar palavras novas, no novo acordo ortográfico...será???

https://www.youtube.com/watch?v=dvkYf8xFWm0

A maior ameaça da humanidade é deixar a MEDIOCRIDADE chegar ao poder !
Este nosso pobre país não vai longe enquanto para se empregar um electricista ou recepciconista se exigem credenciais exames e avaliações etc. e para cargos de alta responsabilidade se "convida" qualquer ....(evito o termo porque no diccionário exitem várias palavras que se adequam a esta criatura...e não são o "inconseguimento" nem "frustracional")

Para quem se quer armar ao "pingarelho" dirá......"não percebi nada do que ela disse...mas a gaja falou bem.." ahahah


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

QUEM EU SOU???

Sou alguém que poucos conhecem!
Vêm uma “embalagem” sorridente muitas vezes e noutras alturas um silêncio que poucos compreendem e tentam alterar… sem entenderem que é no silêncio que EU me encontro!
Mar revolto batido contra a rocha… ou lago calmo numa serenidade mansa.
Entristece-me a hipocrisia, o facilitismo e o compadrio!
Quando amo, amo com o coração e não com a boca, porque não banalizo a palavra.
Ás vezes penso,  que se os meus olhos mostrassem a minha alma quando sorrio… alguém ia chorar comigo!
Quando amo, sou ciumenta, assumo! É um dos meus muitos defeitos, também ninguém é perfeito, aliás, acho que quem tem a mania de que é perfeito/a deve ser um/a chato/a de galochas…e as “imperfeições” dão tanto gozo e sal à vida…
Aquilo que me pode faltar em inteligência e “cultura geral” fruto de muito anos de estagnação forçada… sobra-me em intuição e 6º sentido, talvez por gostar tanto de escrever (o que não quer dizer que o saiba fazer ou o faça bem) leio muitas vezes nas entrelinhas “as palavras por dizer” e certas leituras são piores que murros no estômago que me colocam de imediato em “alerta vermelho”.
Antigamente diziam-me que eu tinha um feitio complicado…e que quando me irritava ficava com “voz de sargento”, hoje ao recordar, da-me vontade de rir, porque eu virava fera mesmo quando me pisavam os calos.
Se há coisas que a “velhice” me ensinou foi a descomplicar a vida, embora por vezes o “vulcãozinho” entre em ebulição, aí,  bebo um copo de agua para o apagar,  sento-me e conto até dez, procurando relembrar as aulas de meditação que tive!
Pois é… sou assim uma mistura estranha com as emoções às curvas no meio de um labirinto, procurando o caminho ou da luz ao fundo do túnel – mas ao preço que a electricidade está vou mesmo de vela acesa – tropeçando, caindo e levantando-me.
Acho que com um bocado de sorte e muita persistência encontro a saída, nem que seja de andarilho!



domingo, 5 de janeiro de 2014

MADRUGADA...

Silenciosa a madrugada
Onde as sombras se confundem
Numa viagem interior
Dos silêncios consentidos!
O vento mansamente
Beija-me o rosto afogeado
Levando-me o pensamento
No sonho do impossivel!



sábado, 28 de dezembro de 2013

NOSTALGIA....

Mais um ano que termina e outro que começa…. Não me apetece fazer balanços… Não me apetece fazer planos, nem sonhar… os sonhos são a utopia do que nunca conseguiremos alcançar…
Saudade, nostalgia, ausência, lembrança…
Nostalgia de tantos momentos bons e com pessoas lindas. E a certeza que fica é de que eu jamais me esquecerei delas e do quão foram e são especiais para mim. Será que o fui para elas??
O tempo vagueia pela minha cabeça… a nostalgia das aves pairando sobre o crepúsculo, um último suspiro, uma última carícia, um último adeus!



COM UM BEIJO PARA TODOS/AS QUE TêM A PACIENCIA DE ME LER!


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

UM PRESENTE INESPERADO...

Embora eu ache que o "Natal" deva ser 365 dia por ano, e não apenas 24 e 25 de Dezembro, que amar o próximo e a solidariedade é uma "obrigação" diária , porque os Sem Abrigo e as pessoas carenciadas são cada vez mais...deixo-vos um conto de Natal, com o desejo sincero de FESTAS FELIZES!

"Chovera toda a noite. As ruas eram autênticas ribeiras, arrastando na enxurrada toda a espécie de detritos. Os carros passando a alta velocidade espalhavam, indiferentes, água suja sobre os transeuntes, molhando-os e sujando-os.
 O Pedrito seguia também naquela onda humana, sem destino. Tinha-se escapulido da barraca, onde vivia. Os pais tinham saído cedo para o trabalho, ainda ele dormia.
Ele desceu à cidade, onde tudo o deslumbrava. Todo aquele movimento irregular, caótico, frenético. Os automóveis em correrias loucas, as gentes apressadas nos seus afazeres. E lá seguia pequenino, entre a multidão, numa cidade impávida, indiferente, cruel mesmo.
Passava em frente às pastelarias, olhava para as montras recheadas de doçuras, ele comera de manhã um bocado de pão duro e bebera um copo de água. Vinha-lhe o aroma agradável dos bolos, o seu pequeno estômago doía-lhe com fome!
Chovia agora mansamente, uma chuva gelada, levando uma cidade onde se cruzavam o fausto, a vaidade, o ter tudo, os embrulhos enfeitados das prendas, com a dor a melancolia, o sofrimento, o ter nada e no meio uma criança triste e com fome!
Mas o Pedrito gostava era de ver as lojas dos brinquedos. Lá estavam os carros de corrida, o comboio, os bonecos, enfim todo um mundo maravilhoso que ele vivia, esborrachando o nariz sujo contra a montra. Lá dentro ia grande azáfama nas compras de Natal. E os carros de corrida, o comboio, os bonecos eram embrulhados em papeis bonitos para irem fazer a alegria de outros meninos.
Uma lágrima descia, marcando-lhe um sulco na sujidade da carita. Eis que os seus olhos reparam num menino, que de lá dentro o olhava.
 Desviou-se envergonhado. Não gostava que o vissem chorar. E afastou-se devagar, pensando nos meninos que tinham Natal, guloseimas e carros de corrida para brincar. Ele nada tinha, além da fome e a ânsia de ser feliz e viver como os outros. Pensou no Natal, no Menino Jesus, que diziam que era amigo das crianças a quem dá tudo. Por que é que a ele o Jesus Pequenino do presépio nada dava?
De repente, uma mãozinha tocou-lhe no ombro. Voltou-se assustado. Era o menino da loja que lhe metia na mão um embrulho bonito. À frente a mãe, carregada de embrulhos, fazia de conta que nada via.
Abriu-o e deslumbrado viu um carro de corridas, encarnado, brilhante, como os olhos do menino que lá ao longe lhe acenava. Ficou um momento sem saber o que fazer, mas depois largou a correr, mostrando bem alto a sua prenda de Natal.
Parara de chover. O sol tentava romper as nuvens escuras, lançando um raio de luz brilhante e quente sobre o Pedrito, que ria feliz, numa carita sulcada pelas lágrimas."



sábado, 7 de dezembro de 2013

QUEM SOU EU...?

Nesta altura da vida já não sei mais quem sou ...
Vê só que dilema !!!
Na ficha de qualquer loja sou CLIENTE,
no restaurante FREGUESA,
quando alugo uma casa sou INQUILINA,
nos transportes públicos e em viatura particular sou PASSAGEIRA,
nos correios REMETENTE,
no supermercado (e lojas também) sou CONSUMIDORA.
Nos serviços sociais sou UTENTE.
Para o estado sou CONTRIBUINTE,
Para votar sou ELEITORA,
para os sindicatos sou MASSA SALARIAL ,
em viagens TURISTA ,
na rua caminhando PEDESTRE,
se passeio, sou TRANSEUNTE,
se sou atropelada ACIDENTADA,
no hospital PACIENTE.
Nos jornais viro VÍTIMA,
se leio um livro sou LEITORA,
se ouço rádio OUVINTE. 
A ver um espectáculo sou ESPECTADORA,
a ver televisão sou TELESPECTADORA,
no campo de futebol sou ADEPTA.
Na Igreja católica, sou IRMÃ. 

E, quando morrer... uns dirão que sou... FINADA, outros... DEFUNTA, para outros... EXTINTA. Em certos círculos espiritualistas serei... DESENCARNADA, os evangélicos dirão que fui... ARREBATADA...

E o pior de tudo é que, para os governantes sou apenas uma IMBECIL !!!
E pensar que um dia quis ser EU. SIMPLESMENTE


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O DIA DE S.MARTINHO

O dia amanheceu soalheiro e bonito.
Contrastando com a luminosidade do dia, Maria sentiu-se cinzenta.
Após uma noite de insónia, levantou-se com uma sensação estranha de perda!
Era dia de S. Martinho e a recordação desse dia em anos passados e felizes colocou-lhe um travo amargo na boca e um peso estranho no coração.
A quietude da casa, que geralmente não a incomodava, fê-la estremecer!
Que coisa … pensou ela, há alturas em que o silêncio faz um ruído ensurdecedor.
Olhou o relógio, eram 10,30h.
Tomou um duche rápido e vestiu-se… precisava sair dali, andar, ver gente…
Antes de sair parou em frente ao espelho – a juventude tinha passado, a alegria de menina também – mas que diabo, estava viva, tinha saúde e sorriu ao pensar na resposta que em tom de troça dava, quando lhe perguntavam a idade…” eu não tenho idade, tenho vida para viver! “
Andou sem destino, com o sol morno a beijar-lhe o rosto – lentamente começou a acalmar – foi olhando as árvores e as raízes que as prendiam à terra.
Aquelas raízes sempre a fascinaram, bem que gostava de as saber pintar, mas as imagens ficavam-lhe na memória, quem sabe um dia aprenderia a técnica de as reproduzir no papel.
Sentiu-se cansada e resolveu parar na esplanada do parque para beber um café, agua e ler o jornal antes de regressar a casa.
Nisto ouviu uma voz masculina, mesmo por cima do ombro… desculpe, está sozinha? Posso fazer-lhe companhia?
Maria olhou para o homem e pensou… “não me faltava mais nada!...” e respondeu pura e simplesmente:
Não, não pode, não me apetece companhia nem conversar!
O tom não devia ter sido amistoso, porque a criatura nem respondeu e foi sentar-se na mesa da frente e ficou a olhá-la com ar aparvalhado tal e qual um burro a mirar um fardo de palha!
Com uma vontade de dar uma gargalhada, levantou-se e regressou a casa.
Não tinha fome para almoçar, comeu um yogurt e uma peça de fruta.
Ligou a musica e enquanto ouvia as Valquírias de Wagner, pegou nos pincéis – não é que soubesse pintar, mas agarrada a eles não dava pelo passar do tempo.
Voltou a recordar a cena da esplanada – todas as mulheres sonham com um príncipe encantado, mas a ela tinha-lhe saído um jumento com ar de esfomeado -!

Já ia escurecendo e Maria pensou para consigo… o dia 11 está a terminar, amanhã é um novo dia!



terça-feira, 8 de outubro de 2013

3º ANIVERSÁRIO…

Mais um ano que passou!
O blogue faz hoje 3 anos do seu nascimento…J . Está em stand by desde Maio… não que tenha deixado de escrever, mas… nem tudo é publicável… e a nossa intimidade por vezes é só nossa!
Este ano foi mais um turbilhão no Labirinto que são as minhas Emoções…
Perdi um amigo, com quem partilhei muitas lágrimas e gargalhadas, um lutador até ao último sopro de vida, mas que o cancro venceu!
A minha mãe,  que quase aos 78 anos se defronta com um cancro de mama… uma incógnita futura que me dói, mas que tento digerir dia a dia o melhor que posso e sei, não sendo de todo fácil de o fazer.
A mudança de casa… para um pequeno refúgio com as cores do Alentejo e com quintal!
Finalmente tenho um quintal, onde me sento em longas pausas mornas e onde o sol travesso espreita o meu sorriso de menina quando descubro cada rebento que brota da terra.
Gosto do odor da terra molhada, da terra que me prende e à qual um dia descerei, completando um ciclo de integração total.
De noite refugio-me no silêncio, banhada pela lua e vendo o cintilar das estrelas, deixando a imaginação voar no arrepio da aragem…
São os meus momentos,  onde me procuro evadir do turbilhão que me envolve…
Não sei quando voltarei aqui!
Um blogue não é um diário e as minhas Emoções neste momento conturbadas são de uma intimidade algo dolorosas e difíceis de partilhar…
Quem sabe … um dia destes volte… até lá deixo um imenso beijo e um obrigada para quem pacientemente me tem lido.
Em jeito de um até já… partilho uns “esboços” com que me entretenho a fingir que pinto…(vá lá não me gozem, um dia pode ser que aprenda a sério…J)))






segunda-feira, 20 de maio de 2013

ALMA...

A alma de uma mulher tem uma beleza envergonhada, que quer ser descoberta sem pedir...nela se escondem lágrimas e sonhos que ninguem vê, enquanto o rosto sorri!
A alma de uma mulher continua sempre menina, mesmo quando o corpo fenece.
É uma melodia inacabada que poucos maestros saber tocar...
"Ela sabe abraçar com o pensamento quando os braços não chegam ao lugar"...

quinta-feira, 16 de maio de 2013

MOMENTOS …(1)

Momentos são partículas do tempo guardados na memória!
Minutos que ficam em nós, ou se evaporam no arrepio de um beijo, de um olhar, de uma carícia ansiada sem ser pedida…
Um enlaçar de dedos em silêncio, num silêncio partilhado, onde não são necessárias palavras porque o toque e o calor existem.
Momentos solitários onde me encontro e reencontro, porque o sonho toma conta de mim … por mais dura que seja a vida ainda não perdi a capacidade de sonhar!
As perdas que me povoam e não consegui segurar, umas por culpa minha, outras sem me poder culpar. Todas elas deixaram marcar indeléveis de momentos que me fizeram sorrir ou chorar.
A vida é isto mesmo, uma contabilidade difícil entre o deve e o haver e onde o saldo raramente satisfaz.
Momentos que vivi, momentos que quero viver e momentos que sonho e não viverei…
Porque a felicidade plena não existe, mas apenas e só momentos de felicidade.
A vida é um turbilhão galopante feita de momentos!

domingo, 12 de maio de 2013

ABRAÇA-ME…


Acalma-me o meu anseio
Serena-me em teu sorrir
Vela-me a minha noite
Quem sabe eu até sossego!
Se soubesses como eu gosto
Não dirias a ninguém
Como bate um coração
Nas palavras que não escrevo
Quem sabe até seja por medo…
Eu hoje … queria um abraço
Um abraço apenas e só
Que me envolvesse em teus braços
Apertado como um nó.


sábado, 11 de maio de 2013

BOLERO...

É a musica que corta os silêncios...quando eles povoam os espaços... que abraça e embala deixando a imaginação fluir!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

CALO-ME…

Quando eu me calo
No passar das horas mortas
De um tempo sem tempo
Abandono-me no ondular da seara
E no correr da brisa no rosto!
Mas, por vezes eu calo-me
Quando a alma faz silencio
Calo como uma árvore que se curva
Ante a inevitabilidade do inverno
Calo no silêncio inútil do cansaço
E do oco das palavras
Que não valem a pena serem ditas
Calo-me no silêncio da contemplação
Olhando a natureza que envolve e esmaga
E às vezes quando me calo
No silêncio dos silêncios
Na ausência de coisa nenhuma
A vida fica suspensa
E nesse silêncio inerte fico à espera do possível…
Do fazer acontecer
Porque não me quero voltar a calar!

segunda-feira, 6 de maio de 2013

SEM PALAVRAS...

É DIFICIL ENCONTRAR AS PALAVRAS CERTAS PARA DEFINIR A BELEZA E A EMOÇÃO QUE CAUSA O UNÍSSONO DAS VOZES ENQUADRADAS COM CADA PINTURA TÃO HUMANAMENTE ILUSTRADA.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

1º DE MAIO…

1º Maio… Dia do trabalhador!
Comemorar esta data, nesta altura é quase anedótico… num País em que existe quase 1 milhão de desempregados…
1 milhão que finge que trabalha… (basta ver-se o belo exemplo que nos dão os representantes do “povo” agarrados ao facebook nas horas de plenário ou em muitos Ministérios picarem o ponto para de seguida virem horas para o café ou às compras… já para não falar das empresas, que essas, quem as tem ou as dirige que abra os olhos…)
1 milhão que nada faz e vive à conta daqueles que efectivamente vão trabalhando… e mais não me alongo que ainda me dá um treco…  porque embora já com muitos anos em cima ainda cá quero andar mais alguns!
Passámos do País dos “3F” Fátima, Fado e Futebol, para o País com “Fs” que nunca mais acabam…
Falta de Seriedade…
Falta de Honestidade
Fartura de Corruptos
Fartura de Aldrabões
Fartura de Crimes Económicos
Fartura de Especuladores
Etc… etc…etc… não tem F mas acrescentem à lista o que lhes vier à cabeça…
É um Fartar vilanagem e quem vier atrás que Feche a porta…
Ora F***-se… Fechem o País para obras e abram com nova gerência, que eu trabalhei 43 anos e acabo F***ida no desemprego sem ter culpa nenhuma!
Mas como tristezas não pagam dividas e eu felizmente não tenho nenhumas (embora esteja a paga-las…) e como Verdi me enche e preenche a alma, vou passar o dia calmamente a ouvi-lo enquanto “brinco” com os meus pincéis.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

REFLEXÃO SOBRE O SILÊNCIO…

Há dois tipos de silêncio:

O primeiro é o silêncio da comunhão, que representa o encontro do essencial, onde os dois se tornam um…o silêncio que dispensa  e transcende as palavras!
Existe um segundo silêncio…que é o silêncio das palavras por dizer…

O silêncio onde cada um habita uma ilha própria, isolada, um silêncio onde nem as aspirações intimas, nem os movimentos suaves da alma são compartilhados!

Aí…instala-se a solidão constante, onde o silêncio faz um ruído ensurdecedor… como se de uma falta de ar se tratasse!

Há quem diga que viver é dançar na corda oscilante do inesperado…

E pelo inesperado vou vagueando… com o conhecimento dos silêncio que sempre fizeram parte de mim!

sábado, 20 de abril de 2013

SOPA DE LETRAS…

As letras corriam saltitantes, velozes e sorridentes…
Ela… como sempre, desprendida, ouvindo musica e a ver o que se passava…
Ele… batido e sabedor…foi-se chegando como quem não quer nada, letrinha aqui, letrinha ali, com um olá matreiro e sorridente foi-a dissecando com perguntas…
Ela… a pensar divertida, que coisinha esta, por este andar despe-me em praça pública…mas como lhe foi achando graça, foi dando corda ao desfiar das letras!
E, lá foram eles voando horas a fios, gargalhadas pelo meio umas vezes, outras com uma postura mais séria, tentando ambos deixarem em suspensos algumas letras para o dia seguinte.
O alfabeto é extenso… se o vão percorrer todo, não faço ideia, mas que existem sempre letras suspensas no meio de sorrisos que os vão ligando é uma verdade!
Cá para mim, que sou mera espectadora desta história, vou espreitando e vendo onde as letras vão parar… mas creio que isto só pode mesmo dar…Uma Sopa de letras!


sexta-feira, 12 de abril de 2013

SABER ESTAR…


Significa saber ser…
Saber compreender…
Saber escutar…
Saber ajudar…
Saber ocupar…
Saber aprender…
Saber admitir…
Saber pedir…
Desculpar quando se erra…
Saber conquistar…
Tudo isto no fundo, significa Saber Estar!
Mas se eu sei tudo isto... porque é que eu me pergunto tantas vezes, porque é que eu tanto erro?
Chego à conclusão… “que eu só sei…que nada sei”!!!