segunda-feira, 26 de novembro de 2012

PANO DE FUNDO…

Na tela do sonho
Pinto um cenário…
O Mar
Como pano de fundo
Num fim de tarde
Ao por do sol
Os dedos se entrelaçam
Num silêncio gostoso
O olhar mergulha
Num sorriso cúmplice
Entrelaçados…
Sentem a ondulação do mar
Na respiração levemente agitada…
A pele tem sabor a sal
E mergulham
No desejo doce de um beijo!


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

LER A VIDA COM O CORAÇÃO....

Será possível no Outono da vida
Sentir um vulcão de verão?
O corpo a arder…
A mente, qual cavalo de corrida
De crinas ao vento
Saltando obstáculos
Para ir ao teu encontro!
A Vida Está
No cimo da montanha
Rodeado de muros
De lá…lanças a tua sedução
Vejo-te com os olhos semicerrados
E um sorriso maroto e irónico
Mas a boca cerrada, silenciosa…
O meu castigo, é o teu silêncio,
O teu desacreditar no ser humano,
A mágoa que escondes
Das traições sofridas.
Não consigo fazer-te perder o medo…
Amo-te na solidão das minhas noites
E no acordar de cada manhã!
Sinto-me uma adolescente tonta
Com vontade de viver
Do estremecer de um abraço
No beijo que se adivinha...
Mas tu, não acreditas de todo
A Vida está
Misteriosamente quieta…
Talvez à espera de outro grande Amor.
Dói-me pensar nisso, e não ser a eleita!
Que mais posso fazer?
Só vendo com os olhos da alma
Se pode ler a verdade do coração!!!


terça-feira, 20 de novembro de 2012

CINZAS AO VENTO…

São elas sempre as nossas recordações
Febris…voam…voam…
E queimam-nos nos delírios
Das noites de insónia!
Da pele húmida colada à nossa
Dos gemidos entrecortados
Sussurrados ao ouvido
Dos lábios unidos
Humedecidos de beijos
Da mão…que lentamente nos percorre
Cortando a respiração
Momentos…momentos…momentos
Porque a vida é feita de momentos!
Ao atravessar a rua
Vi mãos entrelaçadas
Com olhares cúmplices
O silêncio a subentender
“O quero-te…”
E o desejo regressa
De novo a “menina” renasce
O tempo continua à espera
Da agonia de um toque
Na luxúria do prazer…
Perdida no meio dos lençóis
Deixo a imaginação voar
Não quero ainda acreditar
Que tudo isto não passou
De Cinzas ao Vento!!!




quinta-feira, 15 de novembro de 2012

ESTRANHAMENTE...VAZIA!


De repente senti-me
Estranhamente vazia!
Senti...senti...
Que não há quem me entenda o silêncio
Que se eu me calar...
Não há quem pergunte porquê!
Estranha sensação do nada
Como se a vida
Fosse um erro constante.
Olhos as mãos...
E esboço um sorriso irónico
Porque
Uma está cheia de nada
E outra...de coisa nenhuma.
Doei-me sem arrependimentos
Mas sinto a falta do calor
De um sorriso em silêncio
Por isso hoje...
Me sinto Estranhamente Vazia...!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

REFLEXÕES SOBRE O “AMO-TE”...

Penso sempre quando me dizem …amo-te… como estas palavras mudaram o seu significado ao longo da vida!

Quando era jovem, a cabeça voava para um bonito vestido branco e vinha-me à ideia o “felizes para sempre”…ai a juventude… foi a duras penas  que entendi como efémero é o “sempre”, e hoje conto pelos dedos os “sempres” que conheci!

Tirando o Amor pela filha, porque esse sim é terno e para sempre… (falo por mim que assumo em absoluto a mãe galinha que sou).

Adquiri o hábito, não sei se bom ou mau, de só as pronunciar quando, o coração grita tanto que a boca tem obrigatoriamente de as vocalizar!

Não é que não sinta vontade, mas eu como continuo a ser muito mais emocional que racional, dando sempre muito mais que o recebo, sem me arrepender de o fazer,  choca-me a banalização de tão bonitas palavras e a leviandade com que a oiço e leio…

Hoje, que o Outono da viva me envolve, ao ouvi-las sorriu e penso…”está bem abelha…queres é um belo momento com bolinha do canto superior direito”… e eu de facto sou de má boca, só “como” o que gosto e não o que me põe na frente, não acredito de todo que quem dá um chouriço, não queira depois a porca por inteiro!

A idade, longe de me tirar o romantismo e o sonho, tornou-me analítica quanto às palavras que ouço, porque elas as vezes são meras palavras pronunciadas pela boca e não pelo coração!

“Amar…não é apenas olhar um para o outro, mas sim saberem olhar ambos na mesma direcção”.

São silêncios partilhados com ternura, cumplicidade, respeito, é estar sempre perto mesmo que a kms de distância.

Amar é um arco-iris de mistério e sedução, são sentimentos que nos percorrem lentamente onde a sintonia impera e se adivinham as Palavras por Dizer!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O SOPRO DO VENTO…


Oh sopro do vento
Na fúria do vendaval
Leva-me em teus braços
Não me deixes olhar para trás
Faz-me apenas recordar
O verde das serras
E dos jardins por onde andei…
Das músicas que ouvi
E das gargalhadas que dei!
Já que outros braços não tenho
Deixa-me aninhar nos teus.
Da Mulher que já fui…
Deixo os sonhos de menina
Que de sonhos…
Não passaram mesmo
Deixa que a noite me envolva
E me mate a saudade
Da imensidão do mar
Onde tantas e tantas vezes
As minhas lágrimas lavei
Sopra vento sopra
Não me deixes olhar para trás!!


domingo, 28 de outubro de 2012

CAMINHOS…

Dói…dói…dói…
A lonjura do olhar
Do afago dos dedos entrelaçados
Do calor de um abraço

Dói…dói…dói…
As lembranças bonitas
Guardadas na mente e no coração!

Nesta hora de adormecimento
Acredito e Oro a Deus
No sorrir do amanhã

Neste meu caminho…
Ainda longo e pedregoso
O Sol vai brilhar finalmente
Quando a “chuva” passar!



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

2ª ANIVERSÁRIO....YUPPYYYY

O Labirinto fez 2 anos no  dia 8…mas como dia 8 era dia de S. Senhorio e eu ainda por cima estava com uma gripe desgraçada, passou-me… coitada da criança, mas teve mais é que aguentar que a “mãezinha” lhe resolvesse fazer a festa do aniversário, bem berrou, barafustou, mas como cá eu casa vivemos eu democracia…e quem manda sou…EU...(grande democracia, ahahah)...são apenas uns dias de atraso!!
 Isto deve ser um caso congénito, porque na minha família poucos acertam com as datas dos aniversários.
O meu é a 6 de Setembro…..(lá serei Virgem até morrer)… geralmente só a minha mãe acerta nele, pudera fui a primeira e ela bem gemeu 10 horas até eu deitar a cabeça de fora e dizer…Olá cá estou eu..!!!
Pensando bem, acho que foi castigo, que com 15 anos, ela tinha mais era que andar a brincar com bonecas e não aos pais e às mães…
O Labirinto pese a sua tenra idade assistiu à mais alta “pornografia” de sempre…(creio que quando crescer tem de fazer psicanálise devido aos traumas de infância).
Lentamente, viu os bem comportados cidadãos do seu País a ficarem de “tanga” alguns completamente nus de bens e serviços…
Eles são roubados com os aumentos sucessivos de tudo…e irritam-se civilizadamente…
Eles ficam no desemprego… e irritam-se civilizadamente…
Eles vêm as promessas de campanha dos governantes serem todas viradas do avesso… e irritam-se civilizadamente…
E… ainda civilizadamente se irritaram por verem a bandeira nacional no dia 5 de Outubro ser hasteada de pernas para o ar!!
Eu cá por mim deu-me foi para rir, porque melhor alegoria não podia ter havido, para assinalar a data da república de um País que está completamente de cabeça para baixo!
Não dizem que Deus escreve direito por linhas tortas…ora aí está!!!
Foi de facto um ano complicado para mim, mais 1…já estou tão habituada que nem ligo, e vou sorrindo…até quando me comunicaram que por falta de verbas para vencimentos eu iria fazer parte dos 17% da população que de 15 em 15 dias têm de ir fazer uma visita de cortesia ao Centro de “Desemprego”, sim porque é perfeitamente anedótico chamar aquilo Centro de Emprego, porque empregos lá ninguém arranja…
E, serenamente pensei…sempre disse que gostava de me reformar aos 60 anos, como é que eles adivinharam???
43 anos de trabalho e descontos para ir receber a “merda” que vou receber!
Ah! pensei,  entre mortos e feridos alguém há-de escapar, e alguma solução hei-de arranjar, é apenas soprar as cinzas, fazer nova fogueira e olhar em frente…tão simples quanto isso!
Quem sabe eu resolva compilar algumas coisas que tenho por aqui escrito e enviar para uma editora, o Não é garantido, não perco mesmo nada!
Não quero terminar, sem enviar um imenso beijo e um sorriso a todos os meus leitores que carinhosamente com ou sem comentários vão tendo a pachorra de me ler.
Bem Hajam!



terça-feira, 16 de outubro de 2012

QUEM NÃO TEM VERGONHA...

Eis uma frase que sempre ouvi da minha avozinha...e como as avós regra geral têm razão, aqui vai uma bela entrevista...não sei de hei-de rir se chorar, porque este Pais virou uma tágico-comédia...!!!!!!!!



segunda-feira, 8 de outubro de 2012

AO SABOR DO TEMPO...


Sinto o tempo…e espero
Fixo o olhar
Nos ponteiros do relógio
Que avançam sem piedade.
Tenho sempre saudades,
Tantas meu Deus…tantas…
Dolorosa sensação,
Tenho de aprender
A viver e conviver com elas.
A minha vida será sempre
Uma saudade permanente!
Escondo-a nos pequenos momentos,
Nos nossos momentos,
Bonitos e ternos
De uma suavidade mágica
A suavidade da tua eterna magia,
Vou usufruindo deles
Ao sabor do tempo
Procurando eterniza-los
No baú escondido da minha alma!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

NAVEGO NO TEU MAR....


Navego…
No teu mar revolto e irreverente
Num balanceio gargalhado
Navego…
Nas palavras por dizer
Salpicadas com o sal da malícia
Navego…
No tempo sem idade
Com um sorriso de criança
E…
Embalo-me em pautas de música
Deixando-me simplesmente
Navegar!!!


domingo, 12 de agosto de 2012

ABRAÇA-ME...

Abraça-me…abraça-me…abraça-me…
Mesmo de longe
Abraça-me…
Entende-me os teus braços
Para que eu me aninhe
Mansamente
Como se uma aragem fosse
E os teus braços
Numa melodia de siêncio
Me façam esquecer
O vazio imenso que me preenche!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

NOITE...

Chamo-te...noite
Acaricia-me no teu silêncio
Cativa-me no teu abraço
O pensamento desliza
Na noite sem madrugada
A alucinação dos sentires.
Banho-me nua
Na lua que me espreita
Fujo de mim
Nas memórias que me agarram
No desenho
Que em fogo me consome.
Num sorriso imperceptível
Cerro os olhos
Deixando envolver
Pela companheira solidão!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

LETRAS....

Letras...Letras...Letras...
Que correm lentamente
Formando um arco-iris
De palavras de amor!
Letras...
Carregadas de magia
Mistério e sedução.
Deixo-me embalar
No voo da imaginação
Sinto-as a tocarem-me a pele!
Letras...
Suaves que provocam arrepio
Os sentidos despertam
O coração dispara
Agarro-as com sofreguidão
Num banho de luar.
Mas...
São apenas letras!
Adormeço num doce-amargo
Do momento vivido
Foi apenas um momento
Intenso...é certo
Mas, eu sei
Que foram apenas e só
Letras!!!



quinta-feira, 19 de julho de 2012

AMOR NO SIlÊNCIO...

Amor maduro
É feito de música, compreensão e mistério
Suave...definido...
No passo certo
O suave toque da pele
No beijo que a percorre
Que arrepia e inebria...
É intenso e silencioso.
Na ausência...
Aumenta o anseio
Na espera...
A certeza da comunhão
Na partilha...
A certeza do ESTAR!
Não vamos desistir
Vamos acreditar
No passar da turbulência
Da lenta agonia da espera
Porque não são precisas palavras
Para no silêncio se dizer...
AMO-TE!!!

domingo, 8 de julho de 2012

A ETERNIDADE DOS DIAS…

Dezassete dias, que mais parecem uma eternidade…tal é o tamanho da saudade!
- Mãezita como estás? Tenho pouco para contar, mas é só para te ver…
E o meu coração grita de saudade enquanto o meu rosto sorri…
- Estou bem meu amor, não te preocupes comigo…
Se há dias que muito conversamos, outros,  ficamos apenas a olhar, adivinhando mudas o pensamento uma da outra!
Como é possível me dizerem:
- Só custas os primeiros tempos depois habituas-te!!!!
É capaz de ser verdade, mas não para mim!
Todos os dias me revolto, pela maldita corrupção dos algozes que governam este País!
Roubaram-me a filha, tenho-a a milhares de kms de distância, na busca de um futuro que aqui lhe foi negado.
Nunca ela pensou ter de o fazer, e foi magoada que partiu, quando esgotou todos os recursos, depois de meses de desemprego.
Gerei, pari e criei uma GUERREIRA, aprendeu comigo a nunca baixar os braços.
A Vida é feita mesmo de tropeções, são sempre mais as perdas que os ganhos, mas eu queria que com ela não tivesse sido assim.
Deus destina a cada um de nós um caminho… Oro e peço diariamente  para que o da minha filha seja mais ameno do que tem sido…espero que ELE me oiça!
A Saudade… essa escondo-a para que ela não se aperceba e consiga gerir o seu presente, rumo ao futuro a que tem direito.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

SE EU PUDESSE


Se eu pudesse…
Ia ao encontro do mar
Para as minhas lágrimas
Se misturarem com o sal das ondas
Se eu pudesse…
Colocava-te de novo
Dentro do meu ventre
Para que nada no Mundo
Te pudesse atingir
Se eu pudesse…
Desfazia-me na espuma rendilhada
Que beija a areia
Para não sentir a dor
De te ver partir!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

CONCERTO DO CORO E ORQUESTRA DE CAMARA DA SFUA

Não é que eu saiba cantar... mas estes momentos fazem-me esquecer por instantes as brumas em que os meus pensamentos se envolvem, neste periodo conturbado da minha vida... e sermos aplaudidas de pé, cola-me um sorriso, cada vez mais dificil de expressar!!

terça-feira, 29 de maio de 2012

A SAUDADE DO FUTURO...

Embalada numa noite de insónia
Velo-te no teu sono de mulhuer/menina
Aninhada nos meus braços
Como se criança fosses!
A saudade do próximo futuro
Estala-me no peito
Nenhuma mãe
Se prepara para separações...
 Mas esta dói pela injustiça
De um País sem condições
Que te obriga a partir!
Procuro o alento
Para a força que vou perdendo...
Peço a Deus Luz
para um caminho que vai ser dificil e solitário
Peço a Deus protecção
Para te guiar os passos
Peço... Peço... Peço...
Porque Deus é Pai
E entende as lágrimas que escondo
Das Saudades do Futuro!!


domingo, 6 de maio de 2012

DIA DA MÃE...

Mãe...
Três letras que encerram um mundo de amor.
Sou Mãe e Filha.
Três gerações que hoje se juntaram na mesa do almoço, sorri...engulindo as lágrimas!
A Mãe, o meu exemplo de vida, no seu esforço de viver, tambem ela sem o dizer, sorria com lágrimas secretas da saudade de quem já partiu... e da neta a 1ª, tambem ela de partida procurando o futuro que este País lhe nega...
A minha Filha no explendor da idade que eu tenho de ver partir para kms de mim...porque os filhos não são nossos... são dádivas de Deus, que amamos até à exaustão, mas que têm de seguir o seu destino.
Dia da Mãe, um doce amargo que me doi...
Minha Mãe...as minhas Raizes
Minha Filha...O Sol da minha Vida
Amo-vos.

sábado, 5 de maio de 2012

OLHANDO O INFINITO...

No murmúrio do mar
Vejo ao longe
O avermelhar do pôr do sol
No contraste
Do cinzento do meu olhar.
A espuma e as algas
Beijam o areal.
Sinto o arrepio
Do frio das águas
Percorrer-me as veias…
Abandono-me na areia
Sentindo a brisa suave
Beijar-me o rosto,
E, esqueço as horas
Ao calor morno do sol.



sábado, 21 de abril de 2012

CORRIDA DA VIDA

Corrida de passos diários
Horas incertas,  frustradas que marcam  tempo
Vendaval diário de mentiras
Ditadas a um povo passivo
Destruindo o dia a dia

E afinal porquê?

Teorias podres
Que caem no pó
Mascaras de cera
Que derretem com o calor…
Gatunos com punhos de renda
Que roubam impunes o alheio
E tingem de negro a lealdade

Não…Não…Não!!!

Não deixarei que me roubem o Sol
Ganhei-o na corrida diária
É o prémio justo de uma espera longa
E lutarei até à morte
Se preciso for
Pelo direito que tenho
A um pouco de calor.

quinta-feira, 15 de março de 2012

PENSAMENTOS...

O pensamento
A unica coisa verdadeiramente nossa
Com ele sonhamos
Voamos e guardamos as ilusões.
Nele futuam a alegria e a dor
Com ele oramos sem som
Num desejo de chegar a Deus
Com ele sorrimos
Enquanto o coração chora
Com o pensamento vivemos e amamos
Ou morremos no silêncio da solidão!


sábado, 4 de fevereiro de 2012

ENCONTROS...


A cada encontro
A cada instante
Eu te quero mais...
São vontades maiores
Que não se distraem,
Vontades que crescem
A cada segundo.
Encontros que não saem da memória,
Que são assinados
Na memória mais íntima
dos sentimentos.
São encontros
De dois destinos
Formando uma única estrela.
Os silêncios partilhados
Caminhos que se entrecruzam
É o aumentar dos desejos
É fazer com que os
sentimentos predominem.
Sabes que…
Te quero cada vez mais
Em cada novo
Encontro.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

SE EU PUDESSE...

Se eu pudesse
Dar ao vento a leveza do meu Amor
Ele te diria
Que a vida é feita de pequenos nadas
Que o futuro existe
Que acreditar
Não é palavra vã
Que no silêncio dos silêncios
O meu Olhar
Te envolve num abraço de ternura e descanso


domingo, 8 de janeiro de 2012

O BEIJO...

Fecho os olhos e sinto
Um beijo soprado
E não sentido…
Um apelo estranho
Ecos de longe
Que soam tão perto
Senti-los doces
Sem saber como
Uma saudade
Escondida e medrosa
No desejo furtivo
De um novo amanhecer
Numa praia deserta
Com o testemunho ondulante
De um Mar
Bravio com ondas de ternura
E de uma pele com sabor a sal!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2012 A CHEGAR!!!

Mais um ano que termina…o NOVO já espreita!!
Ano complicado? Muito sim! Mas nada como um dia atrás do outro e um novo amanhecer, porque de todas as desilusões e partidas que a vida me pregou, saí fortalecida.
Sou uma crente no ser humano e por cada lágrima que derramei surgiu-me sempre um novo sorriso.
Sou assim mesmo, por mais “pancada” que a vida me dê e eu “ajoelhe”, tenho tido sempre a capacidade de me levantar, por vezes a duras penas, mas SEMPRE SIGO EM FRENTE.
Espero que Deus me continue a dar esta capacidade por muitos anos.
Vivi momentos bonitos e experiencias únicas que ficarão para sempre guardadas numa das minhas 60 gavetas, mas…efémeras sem dúvida… porque finalmente consegui perceber que embora muito bonitos, foram apenas Momentos!
Talvez esteja enganada, mas creio que tenho o direito a ter mais do que isso…
Viro mais umas páginas do livro da Vida e das Memórias e com o novo ano vou iniciar um novo capítulo.
Erros, certamente que os cometerei! Não há quem não os cometa. Espero só não repetir os velhos.
E que venha 2012…que eu cá estarei para o receber, com a mesma capacidade de viver e sonhar que nunca consegui perder.
PARA TODOS OS MEUS LEITORES, OS MAIS  SINCEROS DESEJOS QUE O NOVO ANO LHES TRAGA PAZ, AMOR E SAUDE (pese embora as dificuldades que a conjuntura actual do País nos vai obrigar) UM BEIJO PELO VOSSO IMENSO CARINHO.


domingo, 18 de dezembro de 2011

Ser mulher é ter forças para ir mais longe...

O texto que deixo não é da minha autoria mas é dedicada a todas AS MULHERES!
“Ser mulher é ser tudo, condensado em delicados frascos de poesia.
Ser mulher é parir com lágrimas de amor e alimentar seu rebento com sua própria sina;
Ser mulher é um encontro com o divino, ser a mãe redentora que acalenta o filho, independente de sua idade;
Ser mulher é ser gata no cio, e não ter presas as pernas na hora das verdades;
Ser mulher é ambicionar o mar, e navegar infinitamente sem fronteiras;
Ser mulher é rezar o terço, e ocultar as chagas íntimas das tristezas;
Ser mulher é sorrir com dentes pálidos, e ver as rugas brotando como sementes orgulhosas;
Ser mulher é lacunar seus medos, não sentir o pendor nos seios, nem o útero à mostra;
Ser mulher é algo cármico, delicado e tão voraz;como um buquê de rosas;
Ser mulher é ser poesia ao acaso, e ser amante dos ventos de outro mar…
Ser mulher é sorrir nas horas tristes e chorar nas alegres só pra dar o que falar;
Ser mulher é jorrar o sangue que traz vida, numa alma parida, sob as chamas da paixão;
Ser mulher é ser virgem impassível e nebulosa e invencível sob a luz na escuridão!
Ser mulher é sair dos artifícios, ser verdadeira sem os vícios…
Na intensidade da emoção!”

sábado, 10 de dezembro de 2011

PALAVRAS...

Metade de mim é saudade
A outra metade é esperança
Saudade da turbulência...
Esperança de um lago calmo
Um pássaro solto
Preso no labirinto dos sentimentos
Num antagonismo de memórias
Não queria escrever...
Mas as palavras não me largam

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O NATAL...

O Natal aproxima-se de Novo… A época da hipocrisia institucional por excelência…
Vão voltar as tendas para acolher os sem abrigo, as festas para angariações dos brinquedos e roupas para os Filhos de um Deus Menor, as visitas aos lares, onde durante todo o ano se depositaram os idosos e muitos por lá ficaram esquecidos durante grande parte dos 12 meses do ano!!!
Natal deveria ser 365 no ano e não apenas 24 e 25 de Dezembro.
A recordação não de um, mas dos 60 natais que eu já vivi, será suficiente para eu escrever uma história?
Filha da cidade, por cá me arrasto e fui cumprindo algumas das nossas tradições comuns e repetitivas sempre.
Tenho algumas recordações bonitas desta época que ficaram em mim.
A ansiedade de criança, das noites mal dormidas, a prece dos meus natais de miúda, que se cumpriam em duas etapas.
A primeira em casa da avó na véspera, onde se cumpria a tradição da “procissão do pé descalço” - todos colocávamos 1 sapato na arvore  - depois éramos recambiados para um quarto ansiosos que o Pai Natal chegasse… quando a avó achava que já era tempo suficiente, íamos em fila indiana com o mais pequeno na frente, que era sempre o meu irmão Zé Luís e no final da fila a avó…um pé calçado e o outro descalço, lá chegávamos a sala ansiosos, e encontrávamos cada sapato com as respectivas prendas em volta deles … noites de encantamento, enquanto acreditamos na vinda do Pai Natal! – eu mantive essa brincadeira depois de casada enquanto tive crianças à minha volta - .
De seguida o regresso a casa, onde eu e os meus irmãos, colocávamos de novo os sapatos, desta vez na chaminé.
Em cima do fogão um papel de seda cor de rosa, com o meu, e dos lados os dos meus manos em cima dos respectivos papeis azuis.
Deitada, cerrava os olhos com força e o sono não vinha e no silêncio da casa eu continuava acordada, no escuro desejava ardentemente que fosse manhã, para ir recolher os meus desejos, que eram sempre pequeninos, porque a abundância era pouca, e nós sabíamos isso.
Mal o dia clareava corríamos para cozinha, e lá regressávamos para a cama ainda quente, com os nossos desejos feitos brinquedos.
Passaram os anos.
E eu aos vinte e seis anos fui “mãe” de filhos que não pari, mas que abracei como tal e durante 5 anos ate a minha Joana chegar e depois até ela ir para a escola, idade em que deixou de acreditar no Pai Natal, eu ia ouvindo os anseios dos meus filhos com os seus pedidos para o Natal.
E lá ia eu comprando,  fazendo e escondendo os embrulhos das pequenas coisas que ia conseguindo amealhar, era uma época em que eu me sentia feliz e ansiosa por ver as suas caritas e o rasgar dos papeis e dos laços. Mantive,  como me faziam a mim em criança a tradição da casa da Avó da “procissão do pé descalço”.
Revejo os seus olhos brilhantes e despertos,  excitados e felizes, eu esquecia naqueles momentos as agruras, os desgostos e os insultos de que era alvo o ano inteiro… isto enquanto tive crianças que acreditavam no mistério dos presentes do Deus Menino, isso tornava felizes os meus Natais!
Agora tudo é diferente e eu também.
Vejo chegar o tempo de Natal, as perdas ao longo da vida foram muitas e eu sinto-me carregada de inquietações, já sem presentes de crianças para dar ou receber, recusando-me a participar na caridade bem comportada que espera disciplinadamente por esta época para se mostrar…
Vivemos num mundo cheio de destinos aflitos, os pobres ficam cada vez mais pobres e eu sinto medo dos humilhar com a minha esmola mascarada, porque sei, sabemos todos, que a miséria e solidão afligem a humanidade – não toda, mas alguma -  todos os dias de todos ao anos que passam.
É por isso que sem hipocrisias nem presentes, eu estendo apenas as minhas mãos vazias e o meu coração cheio de amor.


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

UMA HISTÓRIA...

O dia passou lento, uma sensação estranha de medo estava dentro dela, o cheiro da comida agoniava, nada passava pela garganta.
No final do dia dirigiu-se para o transporte, desejosa de chegar a casa e despir-se de todas as máscaras ficar sossegada no escuro.
Mas deixou passar a estação sem dar por ela, aflita, saiu na seguinte e pensou como é que ia voltar em sentido contrário, passar para o outro lado? O passe não dava para abrir cancelas e ela tinha apenas alguns cêntimos na carteira, nem dava para o bilhete porque o ordenado ainda não estava na conta…
Rezou e encaminhou-se para a saída e felizmente aquela estação desconhecida não tinha cancelas… com as pernas a tremer deu meia volta para o outro lado e não teve outra solução se não esperar quase uma hora pelo regresso.
Já sentada e com muito frio, devido ao seu mal estar, pegou no telemóvel… mas desistiu, não valia a pena dizer nada, há muito que ele estava em silêncio e aqueles pequenos nadas antes partilhados já não tinham sentido.
Chegou a casa e no escuro deitou-se. Uma noite longa indisposta, com um peso estranho no estômago e no coração.
Levantou-se mais cedo que o habitual para cumprir os deveres que o seu amor e a sua condição de filha lhe exigiam. A mãe achou-a pálida, mas ela de novo disfarçou, habituada que estava, por fazê-lo noutras situações.
Ela nunca tinha pressa para o regresso, mas naquele dia só queria voltar para o seu “reduto”, não se sentia nada bem, o medo não a largava, a pouca família estava toda fora nesse fim de semana, e os amigos… esses também não os queria incomodar.
Sentou-se no sofá, já estava a anoitecer, olhos fechados, já nem lágrimas tinha para chorar aquela sensação de abandono que sentia.
Começou a gelar e sentiu de novo medo, percebeu os sintomas, o vómito aproximou-se e meia trôpega só teve tempo de chegar ao lavatório, para litros de água meia ensanguentada saírem…
Desta vez tinha mesmo de ir ao hospital, e o medo dos “tubos” que se avizinhavam aterrou-a. Sentiu-se frágil e sozinha, só pedia a Deus força para mais aquela caminhada no deserto.
Estava sem dinheiro, mas lembrou-se do seguro de saúde que tinha, pago pela empresa e chamou uma ambulância que a levou para a Cruz Vermelha…
A Caminho do hospital pegou nos telemóveis e foi lendo e ouvindo o que por lá tinha guardado, lágrimas amargas queimaram-lhe o rosto, mas logo as secou – tinha jurado não chorar mais – o mundo estava a fugir-lhe debaixo dos pés e ela não percebia o porquê!
Lá foi observada, veias picadas para as análises e, a dolorosa endoscopia e biopsia feita.
A úlcera voltou. Abriu de novo, os nervos acumulados pelas muitas situações dolorosas tinham feito de novo estragos.
Como disse que vivia sozinha e aquilo era um hospital privado, não a deixaram sair, passou a noite no SO – se não fosse o seguro de saúde teria que ir para um publico e recambiada logo de seguida para casa – .
Sedaram-na para ela adormecer, mas o seu último pensamento foi para a filha e para as saudades que tinha de sons que não ouvia há muito.
Regressou no dia seguinte - com tempo contava à família – veio acompanha da anemia pelo sangue perdido e uma bateria de drogas para tomar e, aguardar o resultado da biopsia que foi feita por precaução! Esperam-se resultados.
A Vida vai continuar, foi mais um episódio que Deus lhe destinou, o caminho dela vai prosseguir até à próxima paragem, não há como fugir do destino que lhe foi traçado.

Palavras c/ Maria Bethãnia.....As Palavras podem fazer ver o Sol na noite, ou anoitecer um dia de Sol!!